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Em posse, Tebet diz que Brasil gasta mal e fala em responsabilidade fiscal e social

Nova ministra do Planejamento diz que tem divergências com Lula na área econômica, mas que presidente é um democrata

Foto: Shutterstock/Isaac Fontana

Em um sinal de que um dos seus focos será a melhoria da eficiência dos gastos públicos, a nova ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou que o Brasil gasta mal e que pretende convidar um nome do TCU (Tribunal de Contas da União) para ocupar uma das secretarias da pasta.

A fala, feita durante a posse de Tebet no comando do ministério, reforça declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que vem dizendo que quer conduzir uma revisão dos gastos do governo como forma de reduzir o déficit primário.

“O Brasil precisa evoluir no campo do planejamento, precisamos monitorar periodicamente as políticas públicas. Pior que gastar muito é gastar mal, o que leva os recursos públicos para o ralo”, discursou. “Não podemos ter medo de dizer o que está ou não funcionando.”

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Durante o governo Temer, o Planejamento liderou um processo de avaliação de subsídios tributários para determinados setores com o objetivo de determinar se essa perda de arrecadação de fato se traduz em aumento de empregos.

Na época, a conclusão do Conselho de Monitoramento de Avaliação de Políticas Públicas foi que essa política, que implica em uma perda significativa de arrecadação de tributos, não trouxe benefícios.

Para mudar esse cenário, entretanto, o governo Lula precisará de muita força política, já que boa parte desses estímulos só podem ser revertidos pelo Congresso.

“Austero, mas conciliador”

Tebet tomou posse na manhã desta quinta-feira (5) no Palácio do Planalto, em cerimônia que contou com as presenças do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e Haddad.

Em sua fala, Tebet enfatizou a necessidade de responsabilidade fiscal e social e disse que tem divergências sobre política econômica com Lula, mas que o presidente é um democrata. Disse ainda que a equipe econômica terá um perfil “austero, mas conciliador.”

“Dei apoio ao único presidente democrata que o Brasil levou ao segundo turno”, disse ela, que foi candidata à presidência da República. “Disse que não queria cargos, e minha surpresa foi dupla, fui escolhida para ministrar e fui parar em uma pauta com a qual tenho alguma divergência [com o atual governo], que é a econômica.”

De acordo com ela, que tem um perfil mais liberal que Haddad, o presidente entregou a ela um envelope com um convite para ser ministra.

“Quando abri vi que era o Planejamento, e questionei o presidente, disse que tenho divergência na área econômica. Ele me ignorou e disse, é isso que eu quero, pois sou um presidente democrata.”

Tebet declarou ainda que, apesar das diferenças com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ambos trabalharão em um clima de cooperação.

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“Estou ao lado de um time que fará a diferença. Estou ao lado de Haddad, ministro da Fazenda, a mais importante pasta da Esplanada, que tem a chave do cofre na mão.”

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