Em meio à arrecadação recorde e queda de gastos, o Tesouro Nacional informou nesta quinta, dia 28, que setembro teve o primeiro superávit primário para o mês desde 2012. As receitas do chamado governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) superaram as despesas em R$ 303 milhões, ante um deficit de R$ 76,1 bilhões no mesmo mês de 2020.
A expectativa dos analistas ouvidos na pesquisa Prisma Fiscal indicava um deficit de quase R$ 18 bilhões. No acumulado do ano, o deficit é de R$ 82,4 bilhões, e em 12 meses o rombo alcança R$ 154,2 bilhões. A meta fiscal permite um resultado negativo de R$ 247,1 bilhões.
“A surpresa positiva no mês de setembro pode ser atribuída, em parte, aos gastos abaixo do esperado com linhas discricionárias [ou seja, despesas sobre as quais o governo tem controle] e à elevada arrecadação federal, reflexo do bom desempenho dos impostos corporativos, impostos de importação e royalties de petróleo”, avaliou o BTG Pactual Digital em relatório.
Na avaliação dos analistas do banco, o mês de outubro também deve ser positivo, mas esses resultados não podem ser comemorados, já que são reflexo das “condições passadas da economia”. “Para os próximos meses, a perda de ímpeto da economia e a redução da confiança dos empresários, motivada pelas mudanças no arcabouço fiscal, devem deteriorar o resultado”, afirmou a equipe do BTG.