A queda do PIB do Brasil no quarto trimestre ante o trimestre anterior, em função da redução na demanda doméstica, mostra que as altas taxas de juros estão prejudicando a economia, afirma a Capital Economics.
Para a consultoria britânica, a desaceleração do crescimento percebida em indicadores referentes aos meses de janeiro e fevereiro apontam para o risco de o Brasil registrar queda no PIB também no primeiro trimestre deste ano – o que caracterizaria, tecnicamente, u quadro de recessão.
“A fragilidade da economia pode levar o presidente Lula a redobrar seus esforços para dar mais apoio social e pressionar o Banco Central a baixar os juros”, diz a consultoria.
O PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2022, puxado pelo setor de serviços, mas encolheu 0,2% no último trimestre daquele ano em relação aos três meses anteriores.
O resultado do quarto trimestre ficou em linha com a previsão de consenso, mas um pouco abaixo da projeção da Capital Economics, que esperava PIB estável no período.
Essa foi a primeira queda no PIB brasileiro desde o segundo trimestre de 2021, quando a economia estava em meio a uma forte onda de Covid-19. Houve também algumas pequenas revisões para baixo nas taxas de crescimento trimestral nos dois trimestres anteriores.
O crescimento do consumo das famílias e do governo desacelerou acentuadamente no último trimestre, enquanto o investimento fixo contraiu 1,1% no trimestre.
“O culpado mais provável por isso são as altas taxas de juros na economia, embora a incerteza em torno da eleição também possa ter causado o adiamento das decisões de investimento. A boa notícia é que a balança comercial deu uma contribuição positiva para o crescimento, uma vez que as exportações se mantiveram, enquanto as importações caíram”. aponta a Capital Economics em relatório.
Do lado da produção, o crescimento do setor de serviços desacelerou no trimestre, enquanto o valor agregado industrial também caiu. A única boa notícia foi o setor agrícola, que cresceu novamente, acrescentou.
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