Os candidatos à Presidência usaram o Dia da Independência nesta quarta-feira (7) para reforçar as mensagens de campanha aos eleitores, mas só o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi às ruas para encontrar com apoiadores, recebendo críticas de seus opositores.
Pela manhã, Bolsonaro assistiu a um desfile militar em Brasília. Os chefes do Legislativo e do Judiciário não compareceram às comemorações. Terminado o desfile, Bolsonaro discursou a apoiadores que estavam próximos ao local.
Em sua fala, o presidente pediu votos e um esforço para que os manifestantes convencessem outras pessoas sobre “o que é melhor para o nosso Brasil”.
O presidente, que um ano atrás participou de manifestações do Dia da Independência para dizer que ignoraria as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e que falou em “ultimato” para o Judiciário “enquadrar” Moraes, amenizou o tom neste ano e fez comentários mais genéricos sobre os outros Poderes da República.
“Podem ter certeza, é obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da nossa Constituição. Com uma reeleição, nós traremos para dentro dessas quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora delas”, declarou.
Bolsonaro ainda viajará hoje para o Rio de Janeiro (RJ), onde deve participar às 15h de outro desfile militar em comemoração ao Dia da Independência.
Demais candidatos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para presidente, se manifestou no Dia da Independência com mensagens em suas redes sociais.
Lula insinuou que Bolsonaro e seus apoiadores sequestraram as comemorações, afirmando que “o Dia da Independência e a bandeira do Brasil não são propriedade de nenhum grupo”, e criticou as políticas do atual governo.
“Esse governo abandonou o povo e vem destruindo o pais. Eles usam nossa bandeira para mentir, pregar o ódio e incentivar a venda de armas”, disse Lula.
O terceiro colocado nas pesquisas, Ciro Gomes (PDT), também fez menções indiretas a Bolsonaro, em particular ao fato de seu rival ter sido o único a convocar manifestações de apoiadores para o dia de hoje.
Em vídeo divulgado em suas redes sociais, o candidato a presidente torceu para que “nada, nem ninguém, sejam capazes de roubar a nossa paz e a nossa liberdade – neste dia ou em qualquer momento da nossa história”.
A candidata Simone Tebet (MDB), quarta colocada nas pesquisas de intenção de voto para presidente, criticou especificamente um trecho do discurso de Bolsonaro em que o atual chefe do Planalto menciona a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, como uma das vantagens do seu governo em relação ao dos rivais, e estimula os apoiadores a cantarem “imbrochável”.
“Vergonhoso e patético! No dia da Independência do Brasil, o Presidente mostra todo seu desprezo pelas mulheres e sua masculinidade tóxica e infantil. Como brasileira e mulher, me sinto envergonhada e desrespeitada”, afirmou Tebet no Twitter.