No último sábado, 4, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, notificou a suspensão temporária das exportações de carne bovina do Brasil para a China.
A suspensão se deu em função da confirmação de dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como doença da “vaca louca”, nos estados do Mato Grosso e de Minas Gerais.
No entanto, de acordo com a pasta, as exportações para os outros países seguem sem interrupção.
Vale lembrar que o Brasil, desde 2015, não tinha ocorrência de casos de vaca louca, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), sendo que a doença pode ocorrer de forma espontânea e esporádica em todas as populações de bovinos do mundo.
Algumas companhias já manifestaram, por meio de comunicado ao mercado, suas estratégias para superarem essa fase de bloqueio das exportações para a China.
A Minerva (BEEF3) informou que fará suas exportações para a China através de sua operação no Brasil pelas unidades de Barretos (SP), Palmeiras de Goiás (GO) e Rolim de Moura (RO). Entretanto, a sua subsidiária Athena Foods seguirá atendendo a demanda chinesa por meio de 4 plantas de abate: 3 no Uruguai e 1 na Argentina, sem comprometer o share de mercado e o relacionamento com clientes.
Já a Marfrig (MRFG3) possui, na América do Sul, treze plantas habilitadas para China, sendo que o Brasil conta com sete habilitações, seguido do Uruguai (4) e da Argentina (2).
No acumulado dos primeiros seis meses do ano, as exportações brasileiras da Marfrig para o mercado chinês representaram 5,6% da receita líquida consolidada.
Algumas autoridades do setor acreditam que a suspensão das exportações brasileiras possa ser temporária e deverá ser retomada em um curto espaço de tempo.
Entretanto, a notícia é bastante negativa para as empresas de frigoríficos negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Marfrig, Minerva e JBS), uma vez que a China é um grande demandante de proteína animal.