O Brasil eliminou 265.811 vagas com carteira assinada em dezembro do ano passado, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta segunda-feira (31). O resultado negativo veio bem acima do esperado pelo mercado, que apostava no fechamento de 162 mil postos de trabalho formais, segundo pesquisa da Reuters.
Em 2021, o saldo entre contratações e demissões ficou positivo em 2,730 milhões de vagas.
Em meses de dezembro, tradicionalmente, o país mais fecha do que abre vagas. O número do mês passado foi puxado pelo setor de serviços, onde o saldo ficou negativo em 104.670 postos de trabalho.
Em segundo lugar, ficou a indústria, que fechou 92 mil vagas em dezembro, seguida pela construção civil (-52 mil) e agropecuária (-26 mil empregos). O único setor que ficou no azul foi o comércio, com criação de 9 mil postos de trabalho formais. Apenas dois estados registraram saldo positivo de contratações: Alagoas (+615 postos de trabalho) e Paraíba (+61 empregos formais).
O salário médio de admissão foi de R$ 1.793,34 no mês passado, um aumento real (descontada a inflação) de R$ 1,51 em relação a novembro.
Taxa de desemprego
Na última sexta (28), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que a taxa de desemprego caiu para 11,6% no trimestre finalizado em novembro, na sétima baixa consecutiva — nos três meses encerrados em outubro, o percentual era de 12,1%.
Apesar de a desocupação continuar recuando, a renda média real (ou seja, descontada a inflação do período) também continua em queda e está no menor patamar desde 2012. O valor médio recebido pelo brasileiro por mês foi de R$ 2.444 em novembro, queda de 4,5% em relação a outubro e de 11,4% em relação ao mesmo período de 2020.