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Ano novo, juros velhos: Selic só começará a cair no final de 2023, diz Itaú

Instituição revisou cenário diante da perspectiva de crescimento dos gastos públicos e de reversão dos cortes de impostos deste ano

Foto: Shutterstock/rafastockbr

O aumento acima do esperado nos gastos do governo em 2023 fez o Itaú Unibanco revisar as projeções econômicas para o próximo ano. Agora, o banco prevê inflação alta por um período maior e corte na taxa de juros só no final de 2023.

O cenário esperado pelo Itaú piorou principalmente por causa da chamada PEC da Transição. A proposta deve aumentar as despesas do governo federal em pelo menos R$ 168 bilhões. O banco estimava que a expansão fosse menor, de R$ 100 bilhões.

O aumento nos gastos públicos é um elemento que tende a fortalecer a inflação porque fomenta o consumo, indo na contramão do que o Banco Central almeja ao elevar a taxa de juros, que é reduzir a demanda para conter a alta de preços.

Além disso, a despesa mais alta em 2023 deve levar o governo a reinstituir a cobrança de PIS e Cofins sobre os combustíveis, a fim de obter receita para diminuir o déficit nas contas públicas. A recomposição das alíquotas de ICMS, que caíram neste ano para alguns produtos, também deve ajudar a manter a inflação forte.

Esses fatores, somados a um mercado de trabalho aquecido, devem contribuir para que o IPCA, índice oficial de inflação, suba 5,7% em 2023, segundo o Itaú. Antes, o banco previa uma taxa menor, de 5,0%. A projeção para a inflação de 2024 também subiu, passando de 3,5% para 3,7%.

Com isso, a instituição agora também esperar juros altos por mais tempo. A previsão é que a taxa básica de juros, a Selic, termine o ano que vem em 12,50% – ante 11,0% na estimativa anterior.

“Tal mudança reflete a expectativa de que os cortes de juros comecem mais tardiamente (apenas no quarto trimestre de 2023) dada a expansão fiscal maior do que era esperado”, afirmou o banco em um relatório.

“Acreditamos que o ciclo de corte se estenderá para 2024 (projetamos juros em 10,00% ao final do ano), mas o ritmo e magnitude de redução serão altamente dependentes das escolhas fiscais que serão definidas à frente”, acrescentou.

A Selic atualmente está em 13,75% ao ano, e pode subir mais caso a inflação ganhe força, segundo a comunicação mais recente do Banco Central.

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