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Acima do esperado: IGP-M sobe 0,87% em dezembro e fecha 2021 em alta de 17,78%

Analistas que mais acertam projeções acreditavam em alta de 0,80%

Após ficar quase estável em novembro, o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado), conhecido por ser o índice que costuma reajustar contratos de aluguel, teve alta de 0,87% em dezembro, fechando o ano em alta acumulada de 17,78%. O número veio acima do esperado pelo mercado –os analistas ouvidos pelo Banco Central que mais acertam as projeções apostavam em elevação de 0,80%.

O indicador foi divulgado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta quarta-feira, dia 29. A alta foi puxada por commodities, em especial a aceleração dos preços da carne bovina (em função da demanda interna e externa em alta), café e cana-de-açúcar (safras que sofreram com geadas e seca).

O IGP-M é formado por três índices (Índice de Preços ao Produtor, Índice de Preços ao Consumidor e Índice Nacional de Custo da Construção) e é referente a preços coletados entre o período de 21 de novembro a 20 de dezembro, valores comparados com o período entre 21 de outubro a 20 de novembro.

A alta de dezembro foi influenciada pelo IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que subiu 0,95% após cair em novembro. Dentro desse índice, os destaques foram o minério de ferro, que após cair mais de 15% em novembro viu essa queda se reduzir a 0,52% neste mês, bovinos (de queda de 4,39% para alta de 11,69%) e soja em grão (que desacelerou a redução dos preços de 2,85% para 1,03%).

O que diz a FGV

“A maior contribuição para o resultado do IGP-M de dezembro partiu do índice ao produtor. O resultado deste mês foi influenciado pela aceleração dos preços de bovinos (11,69%), reflexo da demanda doméstica e da retomada das exportações e, pela aceleração dos preços de safras afetadas por geadas e seca, como café (12,52%) e cana-de-açúcar (2,83%). Esses últimos itens também ajudam a explicar a elevação de 20,57% acumulada pelo IPA em 2021. Os preços da cana-de-açúcar avançaram 57,13% no ano, enquanto o preço do café subiu 152,35%, no mesmo período”, afirmou André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV.

E daqui pra frente?

Na avaliação dos analistas do BTG Pactual Digital, o IGP-M deve fechar 2022 em alta de 6,3%. “Esperamos a manutenção dos preços dos combustíveis nos patamares atuais, mas alguma pressão de queda nos preços para o setor agrícola, visto que, segundo estimativas da Conab [Companhia Nacional de Abastecimento], podemos ter uma safra brasileira de grãos recorde”, afirmaram em relatório.

Apesar da expectativa de perda de ímpeto do índice, a avaliação é que há desafios à frente. “Novos choques climáticos, gargalos produtivos e o real desvalorizado podem impactar negativamente a inflação ao produtor”.

Afinal, o que mede o IGP-M?

O IGP-M é usado como indexador em muitos contratos de aluguel, energia elétrica, mensalidades, alguns tipos de seguros e alguns planos de saúde. Ele é formado por três índices de preços:

 

  • O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) mede a variação de preços dos bens por estágios de processamento (bens finais, bens intermediários e matérias-primas brutas) e por origem (produtos agropecuários e produtos industriais). Responde por 60% do IGP-M

 

  • O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que é o termômetro dos preços ao consumidor em oito categorias (alimentação, habitação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, educação, leitura e recreação, transportes, despesas diversas e comunicação). Responde por 30% do IGP-M

 

  • INCC (Índice Nacional de Custo de Construção), formado por materiais, equipamentos e serviços e mão de obra. Responde por 10% do IGP-M

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