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Ofertas de follow-on estancam com turbulência na economia

As ofertas de follow-on chegaram a R$ 49,6 bilhões, com 22 empresas – ante R$ 67 bilhões e 24 empresas no ano passado. - o que representa uma queda ainda mais brusca, de 26,0%

Foto: freepik

O ano de 2021 iniciou com grande perspectiva de ser aquele com maior número de empresas entrando na B3 ou fazendo ofertas secundárias de ações (follow-on), mas deve terminar com números menores que os de 2020, ano que era visto como menos promissor a estas operações por causa da pandemia de covid-19 e dos efeitos dela sobre o mercado financeiro.

De janeiro a novembro de 2021, foram 62 ofertas primárias e secundárias de ações, que movimentaram R$ 107 bilhões – 9,1% a menos que o total observado em 2020.

As ofertas de follow-on chegaram a R$ 49,6 bilhões, com 22 empresas – ante R$ 67 bilhões e 24 empresas no ano passado. – o que representa uma queda ainda mais brusca, de 26,0%.

Ano

Operações de Follow-on

Valor Total

2021 22 R$ 49,6 bilhões
2020 24 R$ 67,0 bilhões
2019 37 R$ 79,7 bilhões

Fonte: B3

Na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), constam 30 solicitações de IPO em análise e 23 pedidos de follow-on. Vale destacar que esse levantamento considera apenas ofertas regidas pela instrução normativa 400, mais conhecidas como padrão, pois o modelo obriga as empresas a registrarem os pedidos no órgão.

No entanto, até o momento, não há IPOs ou follow-ons com entrada prevista para as últimas semanas de 2021, sugerindo que o volume de ofertas continuará interior ao de 2020, ano em que preocupações com a pandemia de covid-19 fizeram a B3 acionar seis vezes o circuit break.

Este mecanismo é utilizado em momentos de turbulência no mercado, quando o Ibovespa registra queda acima de 10% e os negócios são congelados, a fim de evitar um desabamento ainda maior na Bolsa.

A paralisação nas ofertas secundárias, principalmente, deve-se à mudança de cenário para a economia. Em geral, as empresas lançam operações de follow on para captar mais recursos no mercado e crescer, reforçar o caixa ou quitar dívidas.

2021 parecia um ano promissor para isso porque havia expectativa de retomada do crescimento econômico conforme fossem afrouxadas as normas de distanciamento social impostas em reação à pandemia de covid-19. Porém, o cenário promissor acabou mudando por conta da piora econômica, e das incertezas quanto ao cenário fiscal no Brasil.

O que vem afetando as novas ofertas de ações é o aumento da taxa básica de juros promovido pelo Banco Central para combater a inflação. A alta da Selic eleva a rentabilidade dos investimentos de renda fixa, tirando capital da Bolsa.

A taxa hoje é de 7,75% ao ano, mas o último relatório Focus do Banco Central, divulgado hoje, indica que o país deve encerrar 2021 com juros a 9,25% e o ano que vem com a taxa em 11,25%.

A proximidade das eleições é outro fator que ajuda a explicar por que empresas estão adiando ou desistindo de fazer ofertas de ações.

Principais follow-on de 2021

O mais recente follow-on deste ano foi da Petz (PETZ3), que levantou R$ 779 milhões com a oferta de 41 milhões de ações ordinárias ao preço de a R$ 19,00 cada.

A instabilidade do mercado, porém, deixou o valor captado abaixo dos R$ 850 milhões que haviam sido originalmente estimados usando o preço da ação da companhia quando ela anunciou a oferta. Algo semelhante aconteceu com a TOTVS, que fez oferta em setembro – levantou R$ 1,44 bilhão, ante estimativa inicial de R$ 1,5 bilhão. Dessa forma, as ações começam a refletir a preocupação dos investidores, deixando a Bolsa mais volátil e, consequentemente, restringindo as possíveis e próximas ofertas de ações.

A Log Commercial Properties por exemplo, acabou cancelando sua oferta subsequente de ações (follow-on), citando “a recente volatilidade do mercado de capitais e pela companhia ter acesso a outras alternativas de funding”. A Log pretendia vender 16 milhões de papéis, poderia levantar quase R$ 501 milhões.

A maior oferta secundária neste ano foi a do Banco Inter (BIDI11), de R$ 5,5 bilhões em 16 de julho.

O Inter informou que usará os recursos para financiar a implementação do seu plano de negócios, investir em novos produtos e em potenciais aquisições, e se prepara para fazer uma reorganização societária e migrar para o Inter Platform, como passará a ser denominado. A empresa será listada na Nasdaq.

O mais recente follow-on deste ano foi da Petz (PETZ3), que levantou R$ 779 milhões com a oferta de 41 milhões de ações ordinárias ao preço de a R$ 19,00 cada.

A instabilidade do mercado, porém, deixou o valor captado abaixo dos R$ 850 milhões que haviam sido originalmente estimados usando o preço da ação da companhia quando ela anunciou a oferta. Algo semelhante aconteceu com a TOTVS, que fez oferta em setembro – levantou R$ 1,44 bilhão, ante estimativa inicial de R$ 1,5 bilhão. Dessa forma, as ações começam a refletir a preocupação dos investidores, deixando a Bolsa mais volátil e, consequentemente, restringindo as possíveis e próximas ofertas de ações.

A Log Commercial Properties por exemplo, acabou cancelando sua oferta subsequente de ações (follow-on), citando “a recente volatilidade do mercado de capitais e pela companhia ter acesso a outras alternativas de funding”. A Log pretendia vender 16 milhões de papéis, poderia levantar quase R$ 501 milhões.

A maior oferta secundária neste ano foi a do Banco Inter (BIDI11), de R$ 5,5 bilhões em 16 de julho.

O Inter informou que usará os recursos para financiar a implementação do seu plano de negócios, investir em novos produtos e em potenciais aquisições, e se prepara para fazer uma reorganização societária e migrar para o Inter Platform, como passará a ser denominado. A empresa será listada na Nasdaq.

Veja a lista de ofertas secundárias deste ano:

Empresa 

Código 

Preço  

Data 

Valor captado (R$ MM) 

LIGHT S/A 

LIGT3 

20,00 

21/01/2021 

2.744,80 

BTGP BANCO 

BPAC11 

92,52 

26/01/2021 

2.570,00 

OMEGA GER 

OMGE3 

39,00 

01/02/2021 

954,70 

PETRORIO 

PRIO3 

69,00 

01/02/2021 

2.049,30 

BRASILAGRO 

AGRO3 

22,00 

05/02/2021 

500,17 

LOCAWEB 

LWSA3 

30,00 

11/02/2021 

2.754,00 

3R PETROLEUM 

RRRP3 

36,00 

01/04/2021 

822,79 

DASA² 

DASA3 

58,00 

08/04/2021 

3.666,27 

SEQUOIA LOG 

SEQL3 

25,00 

19/04/2021 

1.125,46 

HAPVIDA 

HAPV3 

15,00 

23/04/2021 

2.700,00 

ALUPAR 

ALUP11 

25,50 

23/04/2021 

896,65 

LOJAS RENNER 

LREN3 

39,00 

03/05/2021 

3.978,00 

REDE D OR 

RDOR3 

71,00 

28/05/2021 

4.889,06 

BTGP BANCO 

BPAC11 

122,01 

10/06/2021 

2.570,00 

ECORODOVIAS 

ECOR3 

12,50 

24/06/2021 

1.973,43 

BANCO INTER 

BIDI11 

19,28 

28/06/2021 

5.499,99 

MAGAZINE LUIZA 

MGLU3 

22,75 

23/07/2021 

4.600,00 

GRUPO SOMA 

SOMA3 

19,20 

21/07/2021 

883,40 

AES TIETE 

TIET11 

12,00 

29/09/2021 

1.120,00 

VAMOS 

VAMO3 

16,75 

24/09/2021 

1.100,00 

TOTVS 

TOTS3 

36,75 

21/09/2021 

1.440,00 

PETZ 

PETZ3 

19,00 

19/11/2021 

779,00 

Fonte: B3

Como um follow-on afeta seu investimento

Vale o investidor se atentar que o lançamento de um follow-on pode trazer uma série de vantagens para a companhia. Ao emitir novas ações no mercado, a empresa consegue ter um aumento em sua liquidez e estimula o seu crescimento, devido, em grande parte, ao novo aporte de capital, haja vista que alguns follow-on são para saída de controladores – como no caso da Petrobras em 2020.

Contudo, apesar dos pontos positivos existem desvantagens de um follow-on que precisam ser mencionadas. Entre elas está a diluição da participação do acionista nos lucros distribuídos. Neste caso, para não ser diluído o acionista precisa injetar mais dinheiro na companhia.

Por isso, é importante que o investidor sempre analise o follow on  a fim de descobrir se vale a pena aderir à subscrição ou entrar em empresas com esse tipo de oferta. O ideal é analisar caso a caso, de modo a entender as razões que motivam a empresa a fazer uma oferta subsequente de ações.

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