O Tesouro Nacional, juntamente com a B3, lançou nesta terça-feira (1º) o Tesouro Educa+, o título do Tesouro Direto focado em educação. A ideia do título é ajudar quem deseja investir pensando na futura educação dos filhos.
Seguindo a ideia do recém-lançado Tesouro RendA+, cujo foco é a aposentadoria, o Tesouro Educa+ possibilita que pais e responsáveis invistam mensalmente para, no futuro, terem uma renda mensal voltada para a educação dos filhos.
O dinheiro poderá custear tanto as mensalidades da faculdade ou o valor de um intercâmbio, quanto outros gastos, como materiais e moradia, por exemplo. Com essa iniciativa, a expectativa é que jovens e adultos possam ser beneficiados e inseridos no ensino superior.
Neste artigo contamos a você todos os detalhes por trás do mais novo título do Tesouro Direto!
O que é o programa Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3. Basicamente, seu intuito é possibilitar a venda de títulos públicos para pessoas físicas de forma fácil, rápida e 100% on-line.
Lançado em 2002, a premissa do programa é democratizar e facilitar o acesso geral da população aos títulos públicos. De forma geral, os títulos públicos são dívidas emitidas pelo Tesouro Nacional com o objetivo de captar recursos para custear os gastos do Estado.
Na prática, ao adquirir um título público, o investidor empresta dinheiro ao Governo Federal, financiando os gastos do país com educação, saúde, infraestrutura e afins. O governo assim se compromete a devolver ao investidor o valor investido com juros no futuro.
Antes, o investimento nos títulos públicos só era possível via fundos de investimento. Isso tornava o acesso mais difícil e caro para investidores iniciantes. Hoje, por outro lado, já é possível investir nesses ativos com valores a partir de R$ 30,00 no próprio site do Tesouro Direto ou por bancos e corretoras.
Como o Tesouro Educa+ vai funcionar?
O Tesouro Educa+ vai funcionar nos mesmos moldes do Tesouro RendA+, focado em aposentadoria. O investimento será dividido em duas partes: o período de acumulação e outro de conversão.
Período de acumulação
Primeiro, o investidor fará investimentos mensais num título a sua escolha até a sua data de vencimento. Esses aportes servirão para formar a poupança da qual, no futuro, o investidor receberá a renda mensal.
Assim como o Tesouro RendA+, a rentabilidade do título é formada por uma taxa prefixada e mais a variação da inflação medida pelo IPCA. Assim, o título garante que o investidor terá uma rentabilidade maior que a inflação.
O valor mínimo de aplicação é de R$ 30,00. Além disso, há 16 títulos Tesouro Educa+ disponíveis para compra no Tesouro Direto, com prazos que variam de 2026 até 2041.
Período de conversão
É aqui que o Tesouro Educa+ tem uma diferença em relação ao Tesouro RendA+. Como é um título focado em educação, você investirá com prazos menores, de 3 a 18 anos, e receberá pagamentos mensais por 5 anos, e não 20, como no RendA+.
“É um título para formar uma poupança pouco a pouco e depois, quando o seu filho estiver com 18 anos, ele poder receber mensalmente um valor durante 5 anos para pagar mensalidade da universidade ou pagar os custos desse período”, explicou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
Os pagamentos começam sempre no mês de janeiro de cada ano. Assim, o título de 2026, por exemplo, pagará uma renda mensal de janeiro de 2026 a dezembro de 2030, data do seu vencimento.
Como escolher o título ideal?
Para começar a investir num Tesouro Educa+, o primeiro passo a fazer uma simulação do investimento no site do Tesouro Direto.
No simulador, você informa o nome de que você irá fazer o investimento, idade atual, ano de ingresso na universidade, renda mensal pretendida e, se houver, valor inicial do investimento.

Com essas informações, o próprio Tesouro indica qual título é o mais adequado. Além disso, o simulador mostra quanto o investidor deve aportar mensalmente para chegar na renda pretendida.
Mas fique atento: a simulação não inclui as taxas, que trataremos ainda neste artigo. O ideal então é fazer uma projeção com aquela “gordurinha”, colocando o valor pretendido um pouco acima do realmente necessário para bancar a educação do seu filho.
Quais são as taxas do Tesouro Educa+?
A boa notícia é que existe apenas uma taxa cobrada para os investidores do título: a taxa de custódia, cobrada pela B3 para fazer a guarda do título. A taxa é cobrada anualmente, variando de 0,50% até 0,10%.
A taxa vai variar de acordo com o resgate do título, que pode ser resgatado60 dias após a compra. Ou seja, quem retirar o investimento antes do vencimento pagará a maior taxa. Veja os valores:
Resgate entre 0 e 7 anos | 0,50% ao ano |
Resgate entre 7 e 14 anos | 0,20% ao ano |
Resgate acima de 14 anos | 0,10% ao ano |
Outra boa notícia é que é possível ficar isento da cobrança dessa taxa também. Para isso, o investidor precisa levar o título até o vencimento e a renda mensal futura precisa ser de até quatro salários-mínimos, o equivalente, hoje, a R$ 5.280.
Além da taxa de custódia, também haverá a cobrança do imposto de renda, que vai incidir apenas na época do recebimento da renda. Nesse caso, o IR será de 15%, mas pode ser mais alto (de 17,5% a 22,5%), caso o investidor venda o título com lucro em um prazo inferior a dois anos.
Existe alguma restrição no uso da renda do título?
A resposta honesta é não. Isso porque o Tesouro Educa+ nada mais é que um título que paga uma renda mensal por cinco anos após alguns anos de investimentos. Assim, ele não precisa necessariamente ser usado para pagar uma faculdade.
O título pode ser utilizado para pagar cursos técnicos, de especialização, pós-graduação, intercâmbios ou mesmo apenas um auxílio financeiro para o jovem durante os anos de graduação, por exemplo.
Como para muitos alunos chega a ser necessário mudar de cidade para cursar uma boa universidade, os gastos com moradia, alimentação e transporte numa situação dessa podem ser custeados com o título também.
Mas nada impede que a renda do título seja utilizada para outros propósitos alheios à educação.
Planos futuros para o Tesouro Educa+
Estima-se que a partir de outubro o Tesouro Nacional lançará ainda mais novidades para o Tesouro Educa+, como:
Financiamento coletivo
Essa funcionalidade permitirá que mais de um investidor consiga fazer aportes no mesmo título. Ou seja, vários adultos poderão contribuir para a poupança educacional de um único jovem.
Já imaginou, por exemplo, pais, tios, avós e até amigos podendo contribuir para a educação de uma criança? É realmente uma funcionalidade muito interessante!
Gift Cards
Outra novidade que será introduzida em breve são os gift cards, que possibilitarão dar um Tesouro Educa+ de presente.
O Tesouro Nacional também pretende com isso emplacar o novo investimento como um benefício que as empresas possam dar aos empregados que tenham filhos, inclusive fazendo aportes junto com os colaboradores.
Segundo o professor Arun Muralidhar, uma das mentes pensantes por trás do Tesouro RendA+ e do Tesouro Educa+, o novo título une a sociedade brasileira em torno do objetivo comum da educação e traz um senso de comunidade.