Ibovespa sobe com ações sensíveis ao juros em alta; Hapvida (HAPV3) lidera

Às 13h15, o principal índice da Bolsa tinha uma valorização de 0,36% e operava aos 112.141 pontos

Foto: Shutterstock/Alf Ribeiro

O Ibovespa destoa dos mercados externos nesta terça-feira (24) e opera com ganhos, em busca de uma valorização após dois pregões consecutivos de baixa.

Entre as altas, as ações mais sensíveis à economia doméstica avançavam com uma queda nos juros futuros, mesmo diante de uma aceleração do IPCA-15 em janeiro, que foi divulgado mais cedo e teve avanço de 0,55%. No pódio do índice, Hapvida (HAPV3) subia 6,38%, Petz (PETZ3) ganhava 6,13% e CVC (CVCB3) avançava 6%.

Às 13h15, o principal índice da Bolsa tinha uma valorização de 0,36% e operava aos 112.141 pontos.

No mesmo horário, os contratos futuros de juros para 2026 e 2029 recuavam, segundo dados disponíveis na plataforma do TradeMap. Respectivamente, os contratos eram cotados a 12,82% e 13,11%, com ambos recuando 0,04 ponto percentual.

As varejistas, que se beneficiam do recuo dos juros, também subiam em bloco e um dos destaques era o GPA (PCAR3), que avançava 4,07%. O conselho de administração da empresa aprovou na noite de segunda-feira (23) a 19º emissão de debentures, no valor inicial de R$ 750 milhões.

De acordo com fato relevante, há possibilidade de lote adicional de até 25%, ou seja, mais R$ 187,5 milhões, totalizando R$ 937,5 milhões. De acordo com a companhia, os recursos captados serão destinados exclusivamente para o pagamento de gastos, custos e despesas com aluguel.

Na opinião de Sérgio Castro, analista CNPI da Agência TradeMap, a captação de recursos deve fortalecer o caixa da companhia, que, mesmo com objetivo de arcar com obrigações de aluguéis, pode ficar mais flexível para investimentos em expansões, pagamento de dívidas, entre outros.

“A notícia pode ser algo positivo ao aliviar o caixa da companhia. Por outro lado, pode ser negativo ao captar dívidas para arcar com despesas, que não necessariamente levam ao crescimento direto da companhia”, afirmou em análise.

Ainda dentre as altas, a ação da distribuidora de combustíveis Vibra (VBBR3) ganhava 2,48%. A companhia informou ao mercado que vai desfazer a joint venture que tem com a Americanas (AMER3). A parceria diz respeito às lojas de conveniência VEM, cuja operação começou em fevereiro do ano passado. Cada uma das empresas possui 50% de participação no negócio.

De acordo com a distribuidora, a decisão de encerrar a parceria foi tomada pelo seu conselho de administração ao avaliar os “recentes acontecimentos envolvendo a Americanas”.

A varejista, por sua vez, disse que recebeu “com surpresa” a notificação da Vibra sobre encerrar a joint venture, já que não foi informada previamente da intenção.

Para Thiago Duarte e Pedro Soares, analistas do BTG, o encerramento já era esperado, mas o fato da Americanas ainda não ter desembolsado o montante acordado para a criação da joint venture VEM minimiza os efeitos da rescisão.

As franquias estavam avaliadas em R$ 1 bilhão, o que representa cerca de 6% do valor de mercado da Vibra, que é de R$ 17,65 bilhões, segundo dados da plataforma TradeMap.

Quedas da Bolsa

Na ponta negativa, ações ligadas a commodities devolvem parte dos ganhos vistos na véspera e nos últimos pregões e lideram as baixas do dia. Usiminas (USIM5) perdia 3,60%, 3R Petroleum (RRRP3) caía 2,89% e CSN (CSNA3) apontava em 2,40% para baixo.

A ação da Petrobras (PETR4) também recuava nesta tarde, e tinha uma desvalorização de 1%. A estatal anunciou nesta terça que o preço médio de venda de “gasolina A” da empresa para as distribuidoras passará de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro, um aumento de R$ 0,23 por litro, ou 7,47%.

O anúncio interrompe uma sequência de cinco quedas consecutivas no preço do combustível desde junho do ano passado. O último recuo aconteceu em dezembro de 2022.

Em relatório, o Goldman Sachs afirmou que acredita que a Petrobras tem acompanhado, até certo ponto, os preços internacionais, e reiterou que esse ajuste aconteceu ainda sob a gestão do governo de Jair Bolsonaro.

“Vemos os preços da gasolina da Petrobras 17% abaixo dos níveis vistos na gasolina da Costa do Golfo. Isso nos leva a acreditar que as margens de refino consolidadas da Petrobras permanecem em níveis saudáveis”, disse o banco.

Cenário internacional

Fora do Brasil, os mercados operam em baixa nesta terça, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. No norte da América, os investidores aguardam a divulgação dos resultados do quarto trimestre de empresas como Microsoft, Johnson & Johnson e Verizon.

Estes e os próximos resultados do setor de tecnologia poderão servir como termômetro para o mercado, que já começa a ponderar se o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderá ser menos agressivo no ciclo de alta da taxa de juros”, avaliou a XP, em relatório.

Na Europa, a prévia do PMI composto do continente, que reúne dados do setor industrial e também de serviços, registrou 50,2 pontos em janeiro ante 49,3 em dezembro.

Na opinião da XP, o indicador voltou a um patamar de crescimento, o que dá mais esperanças de que o continente poderá escapar de recessão com “atividade econômica resiliente”. Na China, as bolsas locais permanecem fechadas por conta do feriado de Ano Novo Lunar. 

 

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Destaques Econômicos – 21 de maio

Nesta quarta-feira (21) o calendário econômico traz atualizações relevantes que podem impactar os mercados. Veja os principais eventos do dia e suas possíveis consequências: Quarta-feira

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.