GPA (PCAR3) aprova captação de dívidas; confira possível reação dos papéis

Companhia aprovou emissão de debêntures no valor total de até R$ 937,5 milhões e deve elevar alavancagem para 2,2 vezes

Foto: Shutterstock/Erika Cristina Manno

O conselho de administração do GPA (PCAR3), dono dos supermercados Pão de Açúcar, aprovou na noite de segunda-feira (23) a 19º emissão de debentures no valor inicial de R$ 750 milhões.

De acordo com fato relevante, há possibilidade de lote adicional de até 25%, ou seja, mais R$ 187,5 milhões, totalizando R$ 937,5 milhões.

Os prazos ainda não foram definidos e a remuneração dos títulos seguirá a variação acumulada da taxa DI acrescida de 1% ao ano no caso da primeira série e de 1,2% ao ano na segunda.

De acordo com a companhia, os recursos captados serão destinados exclusivamente para o pagamento de gastos, custos e despesas com aluguel a incorrer ou incorrido nos 24 meses anteriores à data do encerramento da oferta.

O que achamos?

A captação de recursos deve fortalecer o caixa da companhia, que mesmo com objetivo de arcar com obrigações de aluguéis, pode ficar mais flexível para investimentos em expansões, pagamento de dívidas, entre outros.

A companhia até setembro de 2022 apresentava um caixa disponível de R$ 3,8 bilhões, montante que seria suficiente para pagar todas as dívidas de curto prazo da empresa, que era de R$ 2,2 bilhões no mesmo período.

Além disso, o endividamento total da companhia é saudável, uma vez que a dívida líquida é 1,7 vez maior que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) nos últimos 12 meses acumulados até setembro de 2022, de R$ 2,25 bilhões.

Ou seja, a capacidade da companhia em gerar caixa é  suficiente para arcar com toda a dívida em menos de dois anos, caso o Ebitda se mativesse estável.

Este acréscimo, que pode chegar até de R$ 937,5 milhões, elevaria a alavancagem da companhia, que é a dívida líquida sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação), para 2,17 vezes.

Apesar do aumento, o patamar ainda continua saudável, uma vez que o setor de varejo costuma ter alavancagens maiores devido à alta necessidade de capital de giro.

Como as ações devem reagir?

As ações devem reagir de forma neutra à publicação da companhia, ou seja, as cotações devem seguir os fatos macroeconômicos mais relevantes do dia.

A notícia pode ser algo positivo ao aliviar o caixa da companhia. Por outro lado, pode ser negativo ao captar dívidas para arcar com despesas, que não necessariamente leva ao crescimento direto da companhia.

Os papéis do GPA acumulam alta de 18,99% no ano de 2023.

*O Pré-Trade é publicado diariamente pela Agência TradeMap, sempre antes da abertura da Bolsa, e se propõe a indicar como investidores podem reagir no pregão em reação a alguma notícia ou fato novo que tenha relação com uma ação específica em sua carteira. O conteúdo se destina a fins informativos e não deve ser interpretado como nenhum tipo de recomendação de investimentos.

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