STF tira Bolsa Família do teto e inflação nos EUA – veja o que importa na semana

Na última semana antes do Natal, os investidores aguardam dados importantes de atividade econômica e inflação nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que repercutem uma decisão tomada na noite de ontem pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que permite que o Bolsa Família fique fora do teto de gastos.

A deliberação abre espaço para que o governo eleito edite uma medida provisória para manter os R$ 600 para o programa social a partir de 2023, retirando poder do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na negociação da PEC da Transição, cuja votação acontece amanhã na casa.

A proposta vive um impasse, com os deputados exigindo cargos e recursos do novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, para aprovação da proposta – o texto possibilita a execução de R$ 145 bilhões em despesas fora do teto pelo período de dois anos.

Saiba mais:
Bolsa acompanha aversão a risco global e cai 0,85%; Magazine Luiza (MGLU3) e varejistas derretem

Nesta semana, a expectativa é que Fernando Haddad termine de anunciar a equipe econômica – na semana passada, o novo ministro da Fazenda indicou Gabriel Galípolo para ser o número 2 da pasta, e Bernard Appy para ser secretário especial da reforma tributária.

Além do noticiário político, o mercado acompanha na sexta a divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de dezembro, que deverá mostrar aceleração em relação a novembro.

PIB e inflação nos EUA

Lá fora, em meio a um movimento global de aversão ao risco, os olhares estarão voltados para a revisão do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos no terceiro trimestre, dado que será informado na quinta-feira (22), e para dados de inflação.

Na sexta, sai o PCE (índice de preços para despesas de consumo pessoal) de novembro. O indicador é o mais acompanhado pelo Federal Reserve (banco central dos EUA) para tomar decisões de política monetária.

Leia mais:
BCE tempera alta de juros na Europa com ingrediente novo para conter inflação

O receio dos investidores é que os bancos centrais do mundo sejam obrigados a elevar os juros ainda mais para conter a inflação, jogando as principais economias em uma recessão.

Na manhã desta segunda (19), os índices futuros americanos operavam no azul: por volta das 8h20, o Dow Jones subia 0,28%, o S&P 500 estava em alta de 0,35% e o Nasdaq ganhava 0,42%. No mesmo horário, o índice europeu Euro Stoxx 50 era negociado em alta de 0,53%.

Veja abaixo a agenda completa da semana:

Segunda-feira

Às 8h25, o Banco Central publica o Boletim Focus, com as projeções do mercado para inflação, juros, PIB e câmbio.

Quarta-feira

Às 9h30, o Banco Central informa a nota do setor externo de novembro, com os dados das transações do Brasil com o exterior.

Quinta-feira 

Às 10h30, o escritório de análises econômicas americano (BEA) informa o PIB revisado dos EUA no terceiro trimestre.

Às 10h30, o DoL (departamento do trabalho americano) divulga o número atualizado dos pedidos de auxílio desemprego nos EUA.

Sexta-feira

Às 9h, o IBGE publica o IPCA-15 de dezembro.

Às 10h30, o escritório de análises econômicas americano (BEA) informa o PCE (Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal) dos EUA em novembro.