PEC travada, orçamento secreto e juros na Europa – veja o que importa hoje

Os investidores monitoram nesta quinta-feira (15) o Relatório Trimestral de Inflação, com fala do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e a retomada do julgamento do orçamento secreto no STF (Supremo Tribunal Federal), que vem influenciando as negociações para destravar a PEC da Transição na Câmara.

Ontem, a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo, proferiu um duro voto contra as emendas de relator, e determinou que estas só podem ser usadas para “correções” no projeto de lei orçamentária – se for seguida pelos outros ministros, a decisão acabaria com o orçamento secreto.

As emendas são acusadas de falta de transparência no uso dos recursos públicos, já que permitem a parlamentares enviarem verbas a seus redutos eleitorais sem serem identificados – na prática, quem controla essa liberação são os presidentes da Câmara e do Senado.

Ontem, após a decisão de Weber, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) passou a negociar a inclusão das emendas de relator na PEC. Líderes do Centrão negociam cargos e verbas com o novo governo como forma de aprovar a proposta, que abre R$ 145 bilhões em gastos fora do teto pelo período de dois anos. Ainda não há votos suficientes para aprovar a proposta na casa.

Nesta quinta, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viajam a São Paulo, onde participam do evento “Natal dos Catadores”.

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Fala de Campos Neto

Nesta quinta, o Banco Central divulga o Relatório Trimestral de Inflação, que trará as projeções da autoridade monetária para inflação e PIB (Produto Interno Bruto) em 2023.

Na última terça (13), o Copom (comitê de política monetária do BC) reforçou o recado de que vê um cenário de elevada incerteza fiscal e que poderá voltar a subir a taxa básica (Selic), que foi mantida em 13,75% ao ano na semana passada, se a inflação não ceder como o esperado.

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O presidente do BC, Roberto Campos Neto, fala sobre o relatório de inflação a partir das 10h30, e a expectativa é que sinalize as preocupações da autoridade monetária com um cenário de descontrole fiscal a partir de 2023.

Juros na zona do euro e Reino Unido

Na manhã desta quinta as bolsas gringas operam em forte queda após o discurso mais duro do que o esperado do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que ontem reforçou a preocupação com os riscos de alta da inflação em 2023.

Ontem, o banco central americano desacelerou o ritmo de alta de juros e elevou a taxa básica em 0,50 ponto, para o intervalo entre 4,25% e 4,5%, o maior patamar em 15 anos.

Hoje, é a vez do BoE (Banco da Inglaterra) e do BCE (Banco Central Europeu) divulgarem as novas taxas do Reino Unido e da zona do euro.

Por volta das 8h15, os índices futuros americanos operavam em queda: o Dow Jones recuava 0,77%, o S&P 500 perdia 1,77% e o Nasdaq estava em queda de 1,45%. O índice europeu Euro Stoxx 50 era negociado em queda de 1,30%.