O STF (Supremo Tribunal Federal) manteve, na última terça-feira (20), as restrições em decretos do presidente Jair Bolsonaro que facilitavam compras de armas de fogo, além da posse de armamento no Brasil – em movimento que, em tese, poderia impactar a Taurus (TASA4).
O colegiado do STF formou maioria e manteve as decisões do ministro Edson Fachin, tomadas no início do mês. Os decretos, que flexibilizavam o mercado de atuação da Taurus, já eram analisados pelo Supremo, mas tiveram julgamento interrompido no ano passado.
Fachin determinou que a posse de armas só será autorizada a pessoas que tenham necessidade para tal, por razões profissionais ou pessoais; e a aquisição de armas de fogo será autorizada apenas a indivíduos que estejam no interesse da segurança pública e defesa nacional; e limitou a quantidade de munição que pode ser comprada.
A justificativa do ministro é a potencial violência política em via da proximidade das eleições presidenciais deste ano.
O que achamos
No curto prazo, a notícia pode gerar uma volatilidade negativa às ações da Taurus, como já aconteceu no início do mês com a decisão de Fachin. Contudo, os impactos operacionais à empresa são limitados.
Atualmente, 65% da receita operacional líquida é oriunda do mercado externo. A empresa é a maior fabricante de armas leves do mundo, sendo referência em termos de eficiência operacional e geração de caixa no segmento.
Segundo Salesio Nuhs, CEO global da Taurus, em conversa recente com a Agência TradeMap, a decisão do STF tende a ter maior impacto em armamentos de uso restrito, que são a minoria dos comercializados no Brasil.
O executivo disse que, na prática, a decisão restringe o direito de CACs (Colecionador, Atirador e Caçador) de comprar calibres de uso restrito. Esses revólveres representam cerca de 3% da receita da empresa e são vendidos majoritariamente nos Estados Unidos.
Como a ação deve reagir
As ações da Taurus devem reagir de forma mista nesta quarta-feira (21), com efeito imediato neutro da decisão do STF, uma vez que já precificaram um eventual impacto. Operacionalmente, entretanto, há pouca perspectiva de influência negativa.