Varejistas e mineradoras ajudam e Ibovespa sobe quase 2%; Magalu (MGLU3) e Usiminas (USIM5) lideram ganhos

Por volta das 13h05, o principal índice da B3 subia 1,73% e operava aos 112.447 pontos

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Após dois pregões consecutivos em baixa, refletindo uma maior aversão ao risco ao redor do globo, o Ibovespa se descola do exterior e apresenta uma recuperação nesta terça-feira (23). Quem ajudava o índice eram as varejistas, que recuperavam parte das perdas dos últimos dias e as mineradoras, que acompanham a valorização do preço do minério de ferro na China.

Por volta das 13h05, o principal índice da B3 subia 1,73% e operava aos 112.447 pontos.

Dentre as varejistas, a Magazine Luiza (MGLU3) liderava os ganhos, subindo 7,85%, seguida por Americanas (AMER3) que dava sequência a alta do dia anterior e ganhava 7,77%. Depois delas, Méliuz (CASH3) subia 6,78% e a Azul (AZUL4) que, apesar de não ser varejista, também é exposta aos juros, com alta de 6,62%.

A Americanas valorizou 22,49% nesta segunda-feira (22) após o anúncio de que Sergio Rial, ex-presidente do Santander Brasil, assumirá o cargo de CEO da varejista. O executivo assumirá o lugar de Miguel Gutierrez, que passou os últimos 20 de seus últimos 30 anos na Americanas na posição mais alta da empresa. Rial assumirá em janeiro de 2023.

A varejista, contudo, foi a exceção positiva do pregão de ontem. A maior parte do setor exposto ao juro recuou nos últimos pregões por um sentimento generalizado de aversão ao risco nos mercados. As duras declarações na semana passada de membros do Federal Reserve (banco central americano) e de dados mostrando disparada da inflação na Alemanha causaram esse sentimento nos mercados.

Até, por isso, Jennie Li, estrategista de ações da XP, destaca, em comentário ao mercado, que o grande foco da semana é o pronunciamento do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, nesta sexta-feira (26). A expectativa dos investidores é que ele sinalize próximos passos da escalada dos juros nos EUA.

Mineradoras sobem após estímulos vindos da China

Além das varejistas, parte do impulso de mais de 1% do Ibovespa vêm da alta das mineradoras e siderúrgicas. No horário acima, a Usiminas (USIM5) subia 8,70%, a CSN (CSNA3) tinha alta de 7,47%, a Gerdau (GGBR4) avançava 5,10% e a Vale (VALE3), que corresponde a cerca de 15% de todas as negociações da Bolsa, apontava em 5,62% para cima.

O Banco Central Chinês (PBoC) anunciou nesta segunda-feira (22) cortes nas taxas de empréstimo de um e de cinco anos, numa tentativa de aquecer o mercado imobiliário no país.

O PBoC diminuiu a taxa de juros para empréstimos de um ano de 3,7% para 3,6% ao ano. Já a taxa básica para empréstimos de cinco anos foi de 4,45% para 4,3%.

A notícia fez com que o preço do minério de ferro subisse por dois dias seguidos, numa recuperação das perdas vistas da semana passada, já que pode ter uma demanda maior por minério e aço após esses estímulos.

Nesta terça-feira, o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, na China, teve alta de 2,47% na comparação intradia, negociado a US$ 102,99.

Ponta negativa

Na ponta negativa, por sua vez, as ações que valorizaram na véspera “realizam lucro” e recuam. A Positivo (POSI3), que subiu 2% ontem, caía 3% nesta terça. Na sequência, Alpargatas (ALPA4) perdia 2%, CCR (CCRO3) recuava 1,90%, JHSF (JHSF3) desvalorizava 1,71% e Iguatemi (IGTI11) tinha baixa de 1,16%.

Cenário externo

Fora do Brasil, em Wall Street, o Dow Jones perdia 0,33%, o S&P 500 operava estável e a Nasdaq subia 0,26%.

Na Europa, já perto do fechamento, o Euro Stoxx 50 perdia 0,49%, enquanto o DAX 30 desvalorizava 0,24% e o FTSE 100 apontava em 0,70% para baixo.

A prévia do índice de gerentes de compras (PMI, em inglês) da zona do euro registrou 49,2 pontos em agosto, acima do consenso de 49 pontos do mercado. Jennie Li, da XP, avalia que o Velho Continente continua a monitorar uma possível crise energética na região.

“O abastecimento de gás foi novamente comprometido ao passo que um importante oleoduto do Cazaquistão, que passa pela Rússia, foi danificado”, avalia a estrategista.

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