O conselho de administração da Zamp, ex-BK Brasil (BKBR3), informou ser desfavorável à oferta pública de aquisição de ações (OPA) feita pela MC Brazil F&B Participações, controlada da Mubadala Capital LCC, para assumir o controle da companhia.
A notícia pesa sobre as ações da companhia, que caíam 0,95%, a R$ 8,32, por volta das 10h15. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, subia 0,33%.
A Zamp afirmou que o BTG Pactual, contratado pela companhia, apontou que as ações da empresa valem de R$ 9,96 e R$ 13,47. Na OPA, o Mubadala ofereceu R$ 7,55 por papel. Mesmo sendo inferior ao valor calculado pelo BTG, o preço ofertado pelo fundo é 21,6% maior que o do fechamento do mercado em 29 de julho, antes de a OPA se tornar pública.
No fato relevante, a Zamp destacou que “os membros do conselho de administração entendem que as premissas relacionadas ao plano de investimentos da companhia utilizadas para fins de elaboração da avaliação e da fairness opinion são compatíveis com o cenário macroeconômico, de mercado e do setor de atuação e consistentes com a recuperação da performance a níveis próximos do período pré-Covid 19″.
A companhia afirmou também que, na visão do assessor financeiro, a operação poderia resultar numa redução relevante da liquidez nas ações, já que a empresa que fez a proposta se tornaria controladora da companhia. Destacou ainda que hoje a BK não possui um acionista exercendo o controle, o que é critério para a presença da companhia no Novo Mercado da Bolsa e fator importante para a liquidez dos papéis.
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A notificação de OPA foi recebida pela Zamp em 30 de julho. Em 1º de agosto deste ano, a controlada pelo Mubadala enviou nova correspondência, solicitando que fosse feita a divulgação do edital da oferta. O documento foi publicado no dia seguinte.
A OPA tem como objetivo a aquisição de 124.322.279 ações ordinárias de emissão da Zamp, representativas, na data de publicação do edital, de 45,15% do capital social.
Em caso de sucesso da oferta, a MC Brazil F&B Participações se tornaria titular de 137.953.079 ações ordinárias de emissão da Zamp, correspondentes a 50,10% do capital social, e, assim, adquiriria o controle da operação.
A OPA seria realizada por meio de o leilão na B3, no dia 15 de setembro. A Zamp tinha até ontem para dar o parecer a respeito da oferta.
O conselho de administração informou por meio do fato relevante que não tinha ciência da intenção de qualquer investidor de formular oferta concorrente à proposta.
No entanto, além do Mubadala, outros fundos de private equity chegaram a olhar a empresa, afirmou um acionista do Burger King à Agência TradeMap.
“A oferta do Mubadala não era interessante porque implicava em um grande desconto, mas não quer dizer que a porta está fechada, tudo vai depender da negociação”, disse o acionista, que fez a declaração antes de o conselho de administração rejeitar formalmente a proposta do fundo.
Ainda segundo o acionista da Zamp, o Burger King contratou o banco BTG Pactual para avaliar eventuais propostas para a companhia.