Selic é mantida em 15,00% a.a. e BC adota tom firme ao encerrar o ano sem cortes

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, na última reunião de 2025, que aconteceu nesta quarta-feira (10), manter a taxa Selic em 15,00% ao ano, nível que se mantém entre os mais elevados das últimas duas décadas, o resultado já era amplamente esperado pelo mercado. A decisão reforça a avaliação de que o Banco Central ainda não vê condições suficientes para iniciar um ciclo de afrouxamento monetário.

O Boletim Focus desta semana confirmou essa percepção: a projeção para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,00%, enquanto a estimativa para 2026 subiu de 12,00% a.a. para 12,25% a.a. As expectativas de inflação foram levemente revisadas, com queda de 4,43% para 4,40% em 2025 e de 4,17% para 4,16% em 2026.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, manteve um discurso rígido, enfatizando que o cenário econômico não oferece segurança para cortes. O tom firme, foi interpretado como um recado tanto aos mercados quanto ao governo federal, que pressiona por redução dos juros para reaquecer a atividade dos mercados. A postura cautelosa ocorre em meio a tensões internas no Planalto, onde uma ala política defende maior estímulo econômico antes das eleições municipais.

Apesar disso, parte dos analistas já trabalha com a possibilidade de queda da Selic no primeiro trimestre de 2026, embora sem consenso sobre o tamanho do ajuste. As apostas variam entre cortes iniciais de 0,25 ponto, 0,50 ponto e até 1 ponto percentual entre janeiro e abril.

O balanço de riscos do Copom também deve considerar a perda de fôlego da economia. O PIB do terceiro trimestre veio ligeiramente abaixo das expectativas, abrindo espaço para interpretações de que um corte poderia ser antecipado. A curva de juros, por sua vez, passou a precificar maior probabilidade de redução já em janeiro. Mesmo assim, economistas destacam que a surpresa no PIB foi pequena, insuficiente para alterar de imediato a estratégia oficial do Banco Central.

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