Mercado reage a corte do Fed, IPCA fraco e altos e baixos da política

O Ibovespa encerrou a quarta-feira (10) em alta de 0,69%, aos 159.075 pontos, em um dia de volatilidade marcado pelo contraste entre sinais positivos da economia e incertezas políticas internas. O corte de juros pelo Federal Reserve e o IPCA mais fraco de novembro foram os principais vetores do humor do mercado.

Nos Estados Unidos, o Fed reduziu a taxa básica em 0,25 p.p., para o intervalo entre 3,50% e 3,75% ao ano, movimento já esperado pelos investidores. O comunicado reforçou a dependência de dados e expôs divergências entre dirigentes, revelando um comitê mais dividido diante do cenário de desaceleração econômica e inflação ainda acima da meta.

No Brasil, o IPCA de novembro subiu 0,18% e surpreendeu positivamente, trazendo a inflação acumulada para 4,46% em 12 meses. A queda de alimentos no domicílio e recuos em itens como tomate, arroz e artigos de higiene contribuíram para o alívio, enquanto energia elétrica e despesas pessoais exerceram pressão. Apesar do resultado melhor, economistas destacam que os núcleos continuam elevados e as expectativas para 2025 e 2026 seguem desancoradas, limitando a possibilidade de cortes imediatos da Selic.

No campo político, a aprovação do PL da Dosimetria pelo Congresso ajudou a reduzir tensões institucionais, enquanto pesquisa Ipsos-Ipec apontando piora na avaliação do governo reforçou a percepção de volatilidade no ambiente pré-eleitoral.

O minério de ferro voltou a subir no exterior após semanas de recuo, sustentado pela expectativa de estímulos na China em 2026. Mesmo diante de alertas da CMRG sobre movimentos especulativos e estoques elevados. O movimento impulsionou ações ligadas ao setor: CSN (CSNA3) avançou 6,41%, Usiminas (USIM5) 4,06%, CSN Mineração (CMIN3) 2,73% e Gerdau (GGBR4) 2,67%.

No setor corporativo, BTG Pactual (BPAC11) e Banco Pan (BPAN4) aprovaram a incorporação das ações do Pan, com relação de troca de 0,2128 unit por ação, levando o BTG a subir 2,36%. A Hypera (HYPE3) anunciou emissão de debêntures de R$ 1,25 bilhão, enquanto a Medley recebeu propostas de compra avaliadas entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões, o que pressionou as ações da Hypera em 2,35%.

A Axia Energia (AXIA3) aprovou nova etapa de reorganização societária, incluindo capitalização de R$ 30 bilhões via bonificação em ações, levando as ações da Axia a recuar 1,90%. Já as companhias mais sensíveis aos juros caíram com o IPCA e a expectativa pela Selic: C&A (CEAB3; -3,98%), Vamos (VAMO3; -3,71%), Pão de Açúcar (PCAR3; -3,01%) e Azzas (AZZA3; -2,46%).

A Petrobras (PETR4) teve leve alta de 0,25% após a aprovação de uma greve nacional a partir do dia 15 pelos trabalhadores do Sistema Petrobras. A Vale (VALE3) subiu 1,83% após a XP reforçar recomendação neutra, mas destacar espaço para dividendos extraordinários se o minério permanecer acima de US$ 100 em 2026.

Fora do Ibovespa, o Cade aprovou com restrições a fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi, criando um grupo com cerca de 480 lojas e faturamento anual estimado em R$ 7 bilhões. As ações da Petz avançaram 4,32%.

As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:

Altas

• CSN (CSNA3): +6,41%

• Usiminas (USIM5): +4,06%

• Fleury (FLRY3): +2,85%

• CSN Mineração (CMIN3): +2,73%

• Gerdau (GGBR4): +2,67%

Baixas

• C&A Modas (CEAB3): -3,98%

• Vamos (VAMO3): -3,71%

• Pão de Açúcar (PCAR3): -3,01%

• Azzas (AZZA3): -2,46%

• Hypera (HYPE3): -2,35%

Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (10/12):

• Segunda-Feira (08): +0,52%

• Terça-Feira (09): -0,13%

• Quarta-Feira (10): +0,69%

• Na semana: +1,08%

• Em dezembro: +0,00%

• No 4°tri./25: +8,78%

• Em 12 meses: +24,06%

• Em 2025: +32,25%

EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +1,05%

• Nasdaq: +0,33%

• S&P 500: +0,67%

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