Bolsas digerem Fed e promessas eleitorais no Brasil – veja o que importa hoje

Investidores ainda acompanham falas do presidente do BC e do ministro da Economia

Foto: Shutterstock

Após a queda de ontem, os mercados internacionais continuam digerindo nesta quinta-feira (18) a ata da última reunião do Fomc, colegiado do Federal Reserve, que não foi muito clara em relação aos próximos passos para os juros dos Estados Unidos.

O documento, que afirmou que o banco central americano dependerá de indicadores econômicos para encontrar o ritmo de alta dos próximos encontros, foi lido de forma diferente pelos investidores.

Para alguns, após a estabilização da inflação ao consumidor em julho, dado que saiu após a ata, o Fed tem todas as condições de bancar uma desaceleração para 0,50 ponto no ritmo de aumentos a partir de setembro. Outros acreditam que o colegiado carregou nas tintas contra a inflação na ata, deixando claro que não tem problemas em manter um passo mais agressivo, de 0,75 ponto.

Em resumo, tudo certo, nada resolvido. No início da tarde, a partir das 14h, falam dois membros do comitê (Esther George, do Fed de Kansas, e Neel Kashkari, do Fed de Minneapolis), e a expectativa é que possam comentar o cenário.

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Pela manhã, foi divulgado o CPI (índice de preços ao consumidor) na Zona do Euro em julho, mostrando que a inflação subiu 0,1% em relação a junho, em linha com o esperado pelo mercado.

Por volta das 8h, os índices futuros americanos operavam em leve alta: o Dow Jones ganhava 0,11%, o S&P 500 subia 0,11% e o Nasdaq estava quase estável, positivo em 0,06%. No mesmo horário, o Euro Stoxx 50, principal índice europeu, subia 0,38%.

Promessas de campanha?

Por aqui, os investidores estão de olho nas promessas eleitorais e no que elas podem dizer para as contas públicas, já que na terça-feira a campanha começou oficialmente.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que garantiu já a isenção dos impostos federais Pis/ Cofins sobre combustíveis, concedida neste ano, também para 2023. Disse ainda que os funcionários públicos terão sua carreira reestruturada e reajuste salarial e que a tabela do IR será corrigida, além de garantir a permanência dos R$ 600 de Auxílio Brasil.

O ex-presidente Lula, que lidera as intenções de voto, também falou que quer isenção do IR para quem ganha até cinco salários mínimos, e prometeu reajustar a tabela anualmente.

Apesar de promessas serem comuns durante campanhas, o mercado acompanha esses discursos com atenção devido ao ritmo acelerado de aprovação de benefícios, como a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que ampliou o Auxílio Brasil.

Os investidores ainda acompanham a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, às 10h no MacroDay, do BTG, e também do Ministro da Economia, Paulo Guedes, que participa do mesmo evento às 16h.

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