Se na última reunião sobre juros do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) a decisão foi por subir a taxa da maior economia do mundo em 0,75 ponto percentual, a dúvida do mercado é se daqui para a frente a autoridade monetária americana manterá o ritmo ou se o alívio da inflação abaixo do esperado em julho será suficiente para uma desaceleração de passo.
Nesta quarta-feira (17) às 15h, três semanas após o encontro, será publicada a ata da reunião, e os investidores procurarão no documento os cenários dos membros do Fomc, colegiado do BC americano, para juros, inflação e PIB.
Da última reunião para cá, houve a divulgação de dados mostrando uma perda de fôlego da alta de preços nos EUA, que estão no maior patamar em quatro décadas. O CPI (índice de preços ao consumidor) ficou estável em julho, cenário melhor que o esperado pelo mercado, e o PPI (índice de preços ao consumidor) teve queda.
Analistas se dividem sobre se esse cenário será suficiente para o Fed reduzir a marcha para um aumento de 0,50 ponto percentual na próxima reunião, em setembro, já que a inflação se mantém em um patamar bastante elevado.
Por que isso importa?
Juros mais altos nos EUA retiram a atratividade de ações ou de papeis de países emergentes, como o Brasil. Em meio à maior inflação em quatro décadas, o mercado teme que o Federal Reserve seja obrigado a elevar os juros de forma agressiva, contratando uma recessão da economia.
Varejo nos EUA e PIB da Zona do Euro
A Eurostat, escritório de estatísticas da União Europeia, divulgou na manhã desta quarta que o PIB (Produto Interno Bruto) da Zona do Euro cresceu 3,9% no segundo trimestre do ano, em linha com os 4% esperados pelo mercado.
Os investidores aguardam ainda dados sobre o comportamento do varejo americano em julho, que serão informados pelo Census Bureau às 9h30.
A expectativa de analistas é de quase estabilidade no indicador, evidenciando as dificuldades do consumidor americano com a inflação e alta dos juros.
Por volta das 7h55, os índices futuros americanos recuavam, após cinco dias consecutivos de alta das bolsas dos EUA: o Dow Jones caía 0,52%, o S&P 500 recauava 0,72% e o Nasdaq perdia 0,85%. No mesmo horário, o principal índice europeu, o Eurostoxx 50, caía 0,52%.