GOL (GOLL4): demanda do setor corporativo cresce e mitiga custo maior no 1º trimestre

Aumento no preço do petróleo preocupava o mercado em relação aos números da Gol, mas foi compensado pelo câmbio e demanda corporativa

Foto: Shutterstock

Após divulgar seus resultados relativos ao primeiro trimestre deste ano e reverter o prejuízo do mesmo período do ano passado em lucro, a Gol (GOLL4) atribuiu a evolução nos números à demanda do setor corporativo por viagens.

No período, a companhia aérea teve um lucro líquido de R$ 2,6 bilhões, resultado diametralmente oposto ao observado em igual período do ano passado, quando amargou prejuízo de R$ 2,5 bilhões.

O resultado positivo era esperado devido à retomada econômica e ao arrefecimento tanto dos casos de Covid-19 quanto das medidas de restrição de mobilidade tomadas para evitar a piora da pandemia.

Um aspecto que preocupava o mercado, porém, era o aumento do preço do petróleo – com consequente encarecimento dos combustíveis – e o efeito negativo disso sobre as margens da empresa.

A Gol, porém, afirmou que, embora os resultados efetivamente tenham sido prejudicados por um aumento nas despesas com combustíveis, o efeito foi compensado por dois fatores.

Primeiro, a valorização do real perante o dólar no trimestre. No final de 2021, o dólar era cotado a R$ 5,69, mas fechou o primeiro trimestre deste ano em R$ 4,76, quase 20% menor. Isso contribuiu para melhorar os resultados da empresa com operações financeiras.

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Gol (GOLL4) volta a lucrar no 1º trimestre, mas ainda sente o peso de custos altos

O segundo fator foi o crescimento da demanda do segmento corporativo por viagens aéreas – houve um aumento de 63% nas vendas para o segmento de janeiro a março deste ano em comparação com o mesmo período de 2021.

Para o diretor vice-presidente financeiro, Richard Lark, a empresa sofria alguns efeitos negativos com o preço alto do petróleo desde novembro do ano passado, mas tinha dificuldade para compensar isso na época sem a demanda do segmento corporativo. “A partir do final de fevereiro começamos a ter esse equilíbrio, consolidado no mês de março”, completou.

Além disso, ele ressalta que o câmbio brasileiro forte teve um impacto favorável neste processo, o que fez a empresa ter desempenho melhor do que outros pares internacionais, por exemplo.

Aumento no RASK deve continuar

No primeiro trimestre, o RASK, um indicador que mede a receita operacional em relação aos assentos e voos oferecidos, evoluiu 42,2% em comparação com o mesmo período de 2021.

Segundo o presidente da empresa, Paulo Kakinoff, o cenário é positivo e inesperado, uma vez que a empresa viu a demanda em março ser maior do que em janeiro, mês que historicamente é um dos de maior movimento nas companhias aéreas.

Para Kakinoff, o aumento é motivado por uma “demanda reprimida”, que voltou a aparecer neste momento de melhora na pandemia. “Mesmo nas projeções mais otimistas nos não considerávamos uma curva tão acelerada nesse momento”, completou. 

Para o segundo trimestre deste ano, período que a empresa afirmou na teleconferência que é sazonalmente mais fraco e chamado de “baixa temporada”, as projeções são otimistas. Sem entrar em detalhes nos números, os executivos da Gol acreditam numa “sustentabilidade da demanda” relativa ao primeiro trimestre.

Apesar de vislumbrar um RASK maior no segundo trimestre deste ano do que no primeiro, o volume de passageiros deve diminuir, até pela diminuição na oferta dos voos que a Gol fará no período.

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