Pós-Copom, balanços da B3 e da Renner e o que mais você precisa saber para investir bem hoje

Investidores ainda acompanham dados de janeiro do IBC-Br, indicador de atividade do Banco Central

Gabriel Tomé

Gabriel Tomé

Foto: Shutterstock

Os investidores repercutem nesta quinta (17) o comunicado do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que na noite de ontem, após um atraso de quase uma hora, anunciou uma alta da taxa básica a 11,75%, ao ano, ao mesmo tempo em que indicou que subirá os juros em mais 1 ponto percentual na reunião de maio.

Usando um cenário alternativo para a inflação, que vê como mais provável que a cotação do petróleo seguirá as projeções do mercado futuro e terminará 2022 em US$ 100, o colegiado apontou que a meta de inflação de 2023 (de 3,25%) pode ser alcançada com a Selic a 12,75% ao ano.

A interpretação de muitos economistas dessas afirmações é que o BC sinalizou que pode interromper o ciclo já na próxima reunião, em maio, quando a Selic alcançar esse patamar.

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Achou confuso? Muitos economistas também.

“O Banco Central veio com um cenário alternativo, que assume que os preços do petróleo seguirão a curva futura até o final do ano e depois subirão 2% ao ano a partir de janeiro de 2023, uma ideia possivelmente obtida das entradas de animais sacrificados, um ritual às vezes usado em bancos centrais modernos”, ironizou o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC.

Para Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas, dificilmente as projeções de inflação para 2023, que segundo o Boletim Focus já estão em 3,7%, se manterão nos níveis atuais. “O plano de voo do BC parece ser dar mais 100 pontos-base [de elevação na Selic] e parar. Mas muita coisa pode acontecer, estamos em pandemia, em guerra. Quando for decidir de novo os juros em junho, a chance de as expectativas estarem acima de hoje é muito grande.”

O comportamento dos juros futuros hoje mostrará o que o mercado achou da decisão e do comunicado.

Os investidores ainda acompanham, às 9h, a divulgação de dados de janeiro da chamada “prévia do PIB”, que é o IBC-Br (Indicador de Atividade Econômica do Banco Central).

Mercados internacionais em queda

Os mercados internacionais continuam repercutindo a decisão de ontem do Federal Reserve, o banco central americano, que elevou os juros dos EUA em 0,25 ponto e indicou altas em todas as reuniões deste ano.

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Agora pela manhã, as bolsas lá fora aprofundaram a queda após representantes do governo da Rússia afirmarem que é errado dizer que houve progressos significativos nas negociações com a Ucrânia.

Por volta das 07h50, o índice Euro Stoxx 50 registrava baixa de 0,32%. Os contratos futuros americanos também operavam com perdas: o Dow Jones caía 0,28%, o S&P 500 registrava queda de 0,33% e o Nasdaq tinha retração de 0,41%.

Balanços

Nesta quinta haverá ainda uma bateria de importantes resultados do quarto trimestre. Agora pela manhã, Petz, MRV e Braskem realizam teleconferências para detalhar seus balanços.

À noite, depois do fechamento, serão divulgados os resultados de Grupo Soma (SOMA3), Cyrela (CYRE3), Eztec (EZTC3), Lojas Renner (LREN3) e B3 (B3SA3). Também informam seus resultados brMalls (BRML3), CPFL Energia (CPFE3) e Energisa (ENGI11), ainda sem horário definido.

 

Veja abaixo a agenda completa: 

Às 7h, sai o CPI (índice de preços ao consumidor) da zona do euro em fevereiro.

Às 9h, o Banco Central divulga o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) de janeiro.

Às 9h, o BoE (Banco da Inglaterra) divulga a nota taxa de juros do Reino Unido.

Às 9h30, os EUA informam os pedidos de auxílio desemprego atualizados até 11 de março.

Às 10h15, o Fed divulga a produção industrial dos EUA em fevereiro.

 

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