Com alta da Selic para 10,75%, Brasil assume liderança com maior juro real do mundo

País alcança a terceira maior taxa de juros nominal do mundo, atrás da Argentina (40%) e da Turquia (14%)

Com o aumento da taxa Selic para 10,75% nesta quarta-feira, o Brasil agora é o país com a maior taxa de juros reais — isto é, descontada a inflação — do mundo, segundo levantamento da Infinity Asset.

O levantamento considera a inflação projetada para os próximos 12 meses, de 5,38%, no último Boletim Focus, divulgado em 31 de janeiro, e a taxa de juros do contrato de DI dos próximos 12 meses com vencimento em janeiro de 2023.

O mercado de juros já refletia uma alta de 1,50 ponto da taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) encerrada nesta quarta-feira.

Veja o ranking a seguir:

Ranking de juros reais 
País  Taxa de juros real*
Brasil  6,41%
 Rússia  4,61%
Colômbia 3,02%
Chile  2,09%
México  1,99%
Indonésia  1,09%
Hungria  0,52%
Turquia  0,37%
Malásia 0,22%
República Checa  0,02%
Índia  -0,01%
África do Sul  -0,01%
 China -0,16%
Filipinas  -0,51%
Japão  -0,81%
Tailândia -1,06%
Suíça  -1,09%
Hong Kong -1,15%
Coreia do Sul  -1,16%
Cingapura  -1,51%
Reino Unido  -1,56%
 Israel  -1,60%
Nova Zelândia -1,67%
Austrália  -2,04%
 Dinamarca  -2,06%
Canadá -2,07%
Portugal  -2,16%
Grécia -2,25%
Polônia -2,52%
França  -2,64%
Bélgica  -2,97%
 Suécia  -1,20%
Áustria -3,06%
Itália  -3,11%
Holanda -3,11%
Taiwan  -3,15%
Alemanha -3,39%
Espanha -3,67%
Estados Unidos -4,90%
Argentina -14,47%
Fonte: Infinity Asset. *Taxas de juros atuais descontadas a inflação projetada para os
próximos 12 meses

Apesar de o Brasil ter a terceira maior taxa de juros nominal do mundo, atrás da Argentina (40%) e da Turquia (14%), a inflação mais alta nesses países faz com que o retorno em termos reais seja bem menor. 

No caso dos Estados Unidos, por exemplo, onde a inflação medida pelo CPI (índice de preços ao consumidor) acumulou avanço de 7% em 2021, a maior alta desde 1981, a taxa de juros real está negativa.

Segundo a Infinity Asset, a pressão inflacionária global deve continuar, dadas as ainda contínuas pressões e os choques de oferta no atacado e a aceleração da demanda diante do processo de reabertura das economias. Isso deve fazer com que muitos países ainda convivam com taxas de juros reais em terreno negativo.

Diante da pressão inflacionária e das expectativas de inflação elevadas, o Banco Central deixou em aberto a possibilidade de continuar o ciclo de aperto monetário no Brasil para buscar a convergência do IPCA para a meta, que é de 3,50% neste ano, podendo variar 1,50 ponto para baixo ou para cima.

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