Taxa Selic sobe para 14,75% ao ano, maior nível em quase 20 anos

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (7) elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, atingindo 14,75% ao ano. Essa decisão marca o maior nível da Selic em quase 20 anos, desde 31 de maio de 2006, quando a taxa estava em 15,25% ao ano. A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação, influenciando diretamente o custo do crédito e o ritmo da atividade econômica no país. As reuniões do Copom, realizadas a cada 45 dias, têm como objetivo avaliar o cenário macroeconômico e definir a política monetária adequada para manter a estabilidade dos preços.

Este aumento representa a sexta alta consecutiva da Selic e reflete a preocupação do Banco Central com a persistência da inflação acima da meta estabelecida. Segundo o relatório Focus, a expectativa é que a inflação encerre o ano em 5,53%, acima do centro da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

O cenário internacional também influencia a decisão do Copom. A incerteza econômica global, especialmente em relação às políticas comerciais dos Estados Unidos e à trajetória das taxas de juros internacionais, adiciona volatilidade ao mercado brasileiro. Além disso, fatores internos como o aumento dos gastos públicos e a resiliência do mercado de trabalho contribuem para manter a inflação em níveis elevados, exigindo uma postura mais cautelosa da autoridade monetária.

A atual elevação da Selic ocorre em um contexto de transição na liderança do Banco Central, com Gabriel Galípolo assumindo a presidência da instituição em janeiro de 2025, sucedendo Roberto Campos Neto. Durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, o país enfrentava desafios semelhantes, como a necessidade de controlar a inflação e manter a credibilidade da política econômica.

Com a Selic em 14,75% ao ano, o Brasil enfrenta o desafio de equilibrar o combate à inflação com a necessidade de estimular o crescimento econômico. A taxa elevada encarece o crédito e pode desacelerar a atividade econômica, mas é considerada necessária para ancorar as expectativas de inflação e garantir a estabilidade dos preços no médio e longo prazo. O Copom continuará monitorando atentamente os indicadores econômicos para ajustar a política monetária conforme necessário.

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