Na semana do dia 13 de maio a demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras (PETR3; PETR4) monopolizou as manchetes do mercado. Líder da estatal desde janeiro de 2023, sua possível saída foi pauta de discussão entre os investidores.
A expectativa em torno da mudança de comando na empresa era evidente, porém, a decisão impactou negativamente as ações da petroleira no pregão seguinte à notícia (15). As ações preferenciais (PETR4) fecharam o dia em queda de 6,04%, cotadas a R$ 38,40. Já as ordinárias (PETR3) caíram 6,77%, cotados a R$ 40,02.
Dessa forma, as ações encerraram a semana do dia 17 em baixa. As preferenciais (PETR4) apresentaram queda acumulada na semana de 11,76%, cotadas a R$ 36,69, enquanto as ordinárias (PETR3) fecharam a semana com desvalorização de 12,59%, a R$ 38,57.
Essa resposta imediata também impactou o mercado de aluguel de ações da Petrobras. Desde o dia 14, houve um aumento contínuo na taxa média de aluguel das ações da empresa. Essa taxa elevada alcançou seu ponto mais alto em 22 de maio, atingindo 1,21% no aluguel de ações preferenciais (PETR4), sendo a maior taxa média registrada desde junho de 2023. Além disso, a taxa máxima de aluguel negociada das ações preferenciais foi de 7,5%, registrada no dia anterior (21).
Cerca de 7,45% do total de ações em circulação da Petrobras estavam alugadas pelos investidores nesse dia, 1,98 p.p. maior do que no dia 13 de maio, dia que antecedeu a demissão.
Esse movimento teve implicações significativas no risco das ações da Petrobras. O aumento nas posições alugadas sugere uma relação inversa entre o mercado de aluguel e o preço das ações. Um aumento na taxa de aluguel indica uma maior demanda por posições vendidas, refletindo uma aposta dos investidores em uma queda nos preços das ações da Petrobras. Essa dinâmica negativa entre os mercados de ações e aluguel é evidenciada no gráfico abaixo:
Nesse contexto, a ampliação das operações de arbitragem por parte dos investidores é compreensível, visto que buscam se proteger contra potenciais perdas decorrentes de uma possível queda nos preços das ações. No entanto, essa ampliação das operações de arbitragem também pode aumentar a volatilidade do mercado, uma vez que movimentos bruscos nos preços das ações podem desencadear a necessidade de ajustes rápidos por parte dos investidores, potencializando ainda mais os movimentos de mercado.