Selic mantida em 15,00% ao ano: BC reforça cautela diante do cenário econômico

Fonte: Shutterstock/rafastockbr

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (5) manter a taxa Selic em 15,00% ao ano, conforme amplamente esperado pelo mercado. A taxa básica de juros segue no maior nível em 19 anos, sinalizando o comprometimento da autoridade monetária com a estabilidade de preços e uma postura conservadora diante das incertezas econômicas.

A decisão segue a orientação adotada nas últimas reuniões e reforça a estratégia do Banco Central de manter os juros elevados por mais tempo, até que surjam sinais mais claros de desaceleração da inflação. A ata do encontro, que será divulgada na próxima semana, deve detalhar as avaliações da autoridade monetária sobre a atividade econômica, o comportamento dos preços e as expectativas do mercado.

O Boletim Focus, divulgado nesta semana, manteve as projeções de Selic em 15% e de inflação em 4,55%, próxima ao teto da meta de 4,50%. O IPCA acumula alta de 5,17% em 12 meses até setembro e, considerando a estimativa do Focus para outubro (0,16%), o índice deve encerrar o período em torno de 4,75%, ainda acima do limite superior da meta.

Mesmo após o Federal Reserve (Fed) cortar os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4,00% ao ano, o Banco Central brasileiro optou por manter a cautela, avaliando que as condições domésticas ainda não permitem uma flexibilização.

Internamente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem defendido uma redução mais rápida da Selic, sob o argumento de que os juros altos travam o investimento e o crescimento. O Copom, porém, mantém o foco na convergência da inflação à meta e no equilíbrio das expectativas fiscais.

No mercado, a leitura é de que um eventual corte só deve ocorrer a partir de 2026, caso a inflação siga recuando e a atividade econômica perca fôlego. Por enquanto, emprego e consumo seguem resilientes, sustentando a demanda e limitando o espaço para uma redução da taxa.

O Copom volta a se reunir em dezembro, quando reavaliará o cenário para os próximos passos da política monetária.

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