O mês de fevereiro de 2025 foi marcado por movimentos significativos nos mercados financeiros globais, impulsionados por uma combinação de fatores macroeconômicos, tensões comerciais e avanços tecnológicos. Enquanto alguns ativos e índices registraram valorização, refletindo o apetite por risco em determinados setores, outros enfrentaram pressões devido à aversão ao risco e incertezas regulatórias. Neste ranking, destacamos os principais desempenhos do mês, analisando os motivos por trás das altas e quedas, e como esses movimentos refletem as tendências globais.

1 – IFIX (+3,34%)

O Índice de Fundos de Investimento Imobiliários (IFIX) liderou o ranking de fevereiro, encerrando o mês no azul pela primeira vez desde agosto de 2024. Após cinco meses consecutivos de queda, impulsionados principalmente pela elevação da taxa Selic, o IFIX encontrou um respiro, mesmo com o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizando um novo aumento da Selic na próxima reunião. A taxa básica de juros foi elevada a 13,25% ao ano, e o Copom indicou que outro ajuste de mesma magnitude pode ocorrer em março. Apesar desse cenário de juros altos, o mercado de fundos imobiliários mostrou resiliência, atraindo investidores em busca de oportunidades em um ambiente ainda desafiador.

2 – Stoxx 600 (+3,28%)

O principal índice acionário da Europa, o Stoxx 600, registrou alta de 3,28% em fevereiro, impulsionado pelo apetite dos investidores por ações europeias, que continuam com avaliações atrativas. Apesar das preocupações com as ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, o setor de serviços públicos e a resiliência do mercado diante das incertezas econômicas contribuíram para a valorização do índice. A Europa demonstrou capacidade de absorver as tensões comerciais globais, mantendo o interesse dos investidores.

3 – SSE Composite (+2,16%)

O índice SSE Composite, que reflete o desempenho do mercado acionário chinês, subiu 2,16% em fevereiro, impulsionado pelo entusiasmo em torno da DeepSeek, empresa chinesa de inteligência artificial que surpreendeu positivamente os mercados. Apesar das tensões comerciais com os EUA, as tarifas impostas foram menores do que o esperado, reduzindo o impacto negativo sobre os ativos chineses. Além disso, a fixação do iuan em seu nível mais forte desde novembro de 2024 sinalizou a cautela de Pequim em utilizar a desvalorização da moeda como resposta às tarifas, reforçando a confiança dos investidores no mercado chinês.

4 – Ouro (+1,79%)

O ouro registrou alta de 1,79% em fevereiro, impulsionado pela crescente incerteza econômica global. A escalada das políticas comerciais protecionistas dos EUA, com ameaças de tarifas elevadas sobre países do BRICS e sanções comerciais a Canadá, México e China, aumentou a busca por ativos de proteção. Mesmo com a perspectiva de juros elevados por mais tempo, a demanda por ouro como porto seguro superou esse fator, sustentando sua valorização ao longo do mês.

5 – IPCA (+1,37%)

A projeção do Boletim Focus publicado no dia 24/02/2025 é de que a inflação atinja 1,37% em fevereiro, resultado bem superior ao registrado em janeiro (0,11%). Essa inflação foi influenciada por um mercado de trabalho aquecido, conforme mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que indicou uma queda de 1,1 ponto percentual na taxa de desocupação, para 6,5%, no trimestre encerrado em janeiro. Além disso, a elevação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, com aumentos de R$ 0,10 por litro de gasolina e R$ 0,06 por litro de diesel, contribuiu para o resultado. Com isso, investimentos indexados ao IPCA, como títulos públicos e alguns produtos de renda fixa, tiveram rentabilidade elevada no mês.

5 Piores Rentabilidades

1 – Ethereum (-31,84%)

O Ethereum registrou uma forte queda em fevereiro, acompanhando a maior aversão ao risco nos mercados globais. O pessimismo dos investidores em relação ao setor cripto, aliado à incerteza regulatória nos EUA, pressionou o ETH. Além disso, o cenário macroeconômico instável, marcado por preocupações com a inflação e tensões comerciais, também afetou seu desempenho.

Obs.: Os dados refletem preços consultados às 18h57

2 – Bitcoin (-16,96%)

O Bitcoin também sofreu com o cenário macroeconômico adverso, com investidores institucionais reduzindo a exposição ao setor cripto devido ao aumento das tarifas comerciais dos EUA sobre México, Canadá e China. A fraqueza nos mercados acionários, especialmente com a queda da Nvidia, também impactou o Bitcoin. O mercado agora monitora o comportamento dos ETFs de Bitcoin e dos investidores institucionais.

Obs.: Os dados refletem preços consultados às 18h57

3 – Nikkei 225 (-6,12%)

O Nikkei 225 registrou queda de 6,12% em fevereiro, refletindo o cenário de maior aversão ao risco nos mercados globais. A incerteza no setor de tecnologia, especialmente após o surgimento da IA chinesa DeepSeek, afetou empresas japonesas ligadas à cadeia de suprimentos de semicondutores. Além disso, o clima de incerteza gerado pelas tarifas comerciais dos EUA e o impacto potencial na economia global também pesaram sobre o mercado japonês.

4 – MSCI Brasil (-5,37%)

O MSCI Brasil ficou entre os piores investimentos de fevereiro, após liderar os ganhos no mês passado, impulsionado pelo setor financeiro. Desta vez, o cenário de maior aversão ao risco pesou sobre mercados emergentes, e a exclusão de seis ações do índice – incluindo StoneCo, Hapvida e Cosan – adicionou pressão, contribuindo para a queda no período.

5 – Nasdaq Composite (-3,97%)

O Nasdaq caiu 3,97% em fevereiro, pressionado pela incerteza sobre a demanda por tecnologia relacionada à inteligência artificial (IA). O surgimento da IA chinesa DeepSeek, uma alternativa mais barata aos modelos ocidentais, abalou o setor e levantou preocupações sobre o futuro dos chips de IA da Nvidia, levando a uma forte realização de lucros nas big techs. Além disso, a decisão da Microsoft de recuar em novos investimentos em data centers aumentou os temores de excesso de oferta na infraestrutura de IA, contribuindo para quedas acentuadas no índice ao longo do mês.

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