A Petrobras pretende investir US$ 78 bilhões entre os próximos cinco anos, 2023 até 2027, de acordo com Plano de Negócios aprovado pelo Conselho de Administração na tarde de quarta-feira (30).
O robusto investimento deve focar na produção de petróleo no pré-sal, sendo que a maior parte dos recursos deve ser destinada à exploração da chamada Margem Equatorial, que é uma região que se estende do Rio Grande do Norte até o Oiapoque (AP).
A proporção dos recursos destinados para o segmento de Exploração e Produção (E&P) será de 83% do total, seguido por Refino, Gás e Energia com 12%, enquanto para Comercialização e para o Corporativo será de 2% e 3%, respectivamente.
Portanto, o valor para E&P deve girar em torno de US$ 64 bilhões, com cerca de 67% destinados para o pré-sal.
A estatal pretende tornar o pré-sal mais representativo, alcançando cerca de 78% do total produzido pela companhia. Para isto, o montante de US$ 20 bilhões será alocado em afretamentos de 11 novas plataformas, além da construção de seis plataformas próprias.
Como suporte dos investimentos a empresa prevê forte venda de ativos. A expectativa de desinvestimento gira em torno de US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões entre 2023 e 2027.
O que achamos?
A estatal vem forte nos investimentos e deve ampliar a produção do seu principal negócio, a exploração de petróleo em águas profundas.
Isto deve impulsionar a produção da empresa, além de impactar positivamente a rentabilidade, uma vez que o negócio é o mais lucrativo entre da companhia.
O custo de exploração da estatal é um dos menores entre os pares globais devido ao baixo custo das operações do pré-sal. A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Petrobras foi de 71% nos últimos nove meses, contra 24% da Shell e da Exxon 22%.
Portanto, o robusto investimento em produção combinado aos contínuos desinvestimentos de ativos ineficientes deve tornar as operações mais leves e gerar maior vantagem para a Petrobras nos próximos anos.
Além disso, o plano de investimentos de US$ 78 bilhões não prejudica a saúde financeira da empresa, que no momento gera caixa mais que suficiente num período de 12 meses para cobrir a dívida líquida.
O volume previsto de investimentos também não prejudicará a distribuição de dividendos, já que a estatal é uma forte geradora de caixa. Em nove meses deste ano a empresa já registrou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 52 bilhões, o que seria equivalente a 66% do plano de investimentos que será realizado durante cinco anos.
A questão maior é a transição do novo governo e as possíveis alterações na estrutura de governança da empresa, além de possíveis reduções na política de dividendos da estatal.
Como o mercado deve reagir?
As ações da Petrobras devem abrir em alta, uma vez que o viés é positivo e deve trazer maiores retornos para os investidores no futuro.
A empresa acumula queda de 8,3% no ano.