Quem achou que a história envolvendo a venda dos ativos da Oi Móvel (OIBR3) para suas concorrentes Claro, Vivo (VIVT3) e TIM (TIMS3) havia se encerrado no fechamento da operação, achou errado. Isso porque as compradoras querem parte do dinheiro pago de volta.
Em comunicado, a Oi disse que as três empresas fizeram contas sobre o valor final da transação – o chamado “ajuste pós-fechamento” – e chegaram à conclusão de que pagaram R$ 3,2 bilhões a mais do que deveriam pela Oi Móvel.
Sem entrar em detalhes sobre quais ajustes são esses, as compradoras afirmam que deste total, R$ 634 milhões seriam para a TIM, R$ 488 milhões para a Telefônica, dona da Vivo, e R$ 324 milhões para a Claro.
Esse ajuste nos valores já estava previsto no contrato de venda dos ativos, e a Oi inclusive havia reservado dinheiro prevendo que ele poderia acontecer. Só que o valor provisionado foi de R$ 1,4 bilhão – ou pouco menos da metade do exigido pelos compradores.
A Oi afirmou, em comunicado enviado ao mercado nesta segunda-feira (19), que “discorda veementemente” do valor cobrado pelas compradoras por entender que o cálculo do valor do ajuste apresenta “erros procedimentais e técnicos, havendo equívocos na metodologia, nos critérios, nas premissas e na abordagem adotados pelas
compradoras e seu assessor econômico KPMG”.
A Oi tem 30 dias úteis para apresentar uma nota de discordância às demais empresas de telefonia, e as empresas ainda podem chegar a uma solução negociada para encerrar o impasse.
No entanto, a Oi disse em nota que “adotará todas as medidas cabíveis” em relação à nota enviada pelas compradoras, entre elas buscar a “reparação de perda e danos eventualmente causados” pela cobrança.