O fluxo de visitantes em lojas de shoppings caiu 8% em junho na comparação com maio, interrompendo um movimento de recuperação que vinha sido observado no início do ano. Com isso, as visitas ainda estão 26% abaixo do registrado no mesmo mês de 2019, no pré-pandemia.
Esse fluxo de visitação, que chegou a subir mais de 100% em março e abril, ainda está 19% maior do que junho de 2021, quando o avanço do coronavírus restringia a circulação de consumidores.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pela SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), e são de levantamento feito pela FX Data Intelligence e da F360°.
No caso das lojas de rua, a queda mensal foi menor, com um recuo de 3% em relação a maio e uma alta de 25% na comparação com junho de 2021. No mês retrasado, o segmento ficou 29% abaixo de junho de 2019, no pré-pandemia.
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“A distância em relação ao pré-pandemia é a maior observada desde fevereiro para lojas de rua e desde janeiro para lojas de shopping, comparando-se ao mesmo mês de 2019, interrompendo o movimento de recuperação observado até maio deste ano”, afirmou a SBVC no material de divulgação da pesquisa.
De acordo com o levantamento, os segmentos de eletroeletrônicos e departamento apresentaram as maiores quedas no fluxo de visitação em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado: tiveram contração de 25,4% e 19,5%, respectivamente.
Já os segmentos com as maiores altas foram o de beleza, que avançou 48,9% na mesma comparação, e o de moda, com crescimento de 41,1%. “Isto pode ser explicado pelo efeito da pandemia de manter as pessoas mais tempo dentro de casa, fazendo com que a base de comparação esteja comprimida”, disse a entidade em nota.
Na avaliação da associação, a desaceleração da inflação prevista para junho e agosto deve ajudar o setor. “Com a previsão de uma possível desaceleração da inflação neste segundo semestre e o índice de desemprego em queda, temos situações bastante favoráveis para o setor como um todo, num cenário otimista para o segundo semestre de 2022”, declarou Eduardo Terra, presidente da SBVC.
Expectativa de alta para Dia dos Pais
Outra pesquisa mostrou um otimismo maior dos shoppings para o Dia dos Pais deste ano, com expectativa que as vendas para a data, que será celebrada em 14 de agosto, movimentem R$ 4,4 bilhões nesta semana, um crescimento de 16% na comparação com o ano passado.
O dado é de pesquisa da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) feita com empreendimentos em todo o país, que foi divulgada nesta segunda-feira (8).
Segundo o levantamento, a expectativa é que os consumidores gastem um tíquete médio de R$ 204, um aumento de 5,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Quando se considera a inflação em 12 meses, que até junho acumula alta de 11,8%, o valor está abaixo do registrado na data em 2021.
De acordo com a associação, o Dia dos Pais será responsável por uma alta de 15% no volume de frequentadores de shoppings no Brasil, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Entre os produtos mais vendidos como presente para os pais, estão calçados, artigos esportivos, itens de vestuário, perfumaria e cosméticos e relógios e eletrônicos.
“Os shoppings vêm apresentando resultados positivos ao longo dos últimos meses, e, muitas vezes, superando as expectativas iniciais de faturamento em datas comemorativas, o que traz ainda mais ânimo para o setor, que segue otimista em relação ao segundo semestre do ano”, afirmou o presidente da Abrasce, Glauco Humai, em material de divulgação da pesquisa.