Vendas no comércio caem 0,1% em agosto e atingem o menor patamar em 2022

Queda foi concentrada em três das oito categorias pesquisadas pelo IBGE; este foi o terceiro mês seguido sem alta no setor

Foto: Shutterstock/William Potter

As vendas no varejo ficaram praticamente estáveis em agosto, com queda de 0,1% na comparação com julho. O resultado deixa as vendas do comércio no menor patamar em 2022, mas 1,1% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta sexta-feira (7).

Foi o terceiro mês seguido sem avanço das vendas no varejo. Neste período, a queda acumulada foi de 2,5%. Na comparação com agosto de 2021, o comércio cresceu 1,6%. No ano, o setor acumulou aumento de 0,5%, e, nos últimos 12 meses, queda de 1,4%.

Os dados vieram levemente acima do esperado pelo mercado. Analistas ouvidos pelo Bradcast Estadão previam queda de 0,3% na passagem do mês.

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas em julho caiu 0,6% frente a julho e 0,7% contra agosto de 2021.

A abertura dos dados também mostra queda concentrada em três das oito categorias pesquisadas pelo IBGE. O resultado foi puxado para baixo com o recuo de 1,4% de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, além das quedas de 1,2% em outros artigos de uso pessoal e doméstico e 0,3% em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria.

Na ponta positiva, o setor de tecidos, vestuário e calçados cresceu 13%, combustíveis e lubrificantes (3,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (2,1%), móveis e eletrodomésticos (1,0%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%).

“Este mês, ficou muito clara a participação da atividade de hiper e supermercados como fator âncora, segurando a variação muito próxima ao zero. A atividade pesa cerca de 50% no índice global. Artigos farmacêuticos, com -0,3%, também contribuiu em termos de peso para essa ancoragem”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa.

Santos destaca também a atividade de combustíveis e lubrificantes, que cresceu 3,6%, após uma alta de 12,6% em julho. “A redução nos preços dos combustíveis levou a receita nominal a uma queda de 4,5%, mas que foi compensada com um rebatimento de 3,6% no volume. Em julho esse rebatimento foi maior, porque a redução nos preços também foi maior”.

Já a atividade de tecidos, vestuário e calçados, com crescimento de 13% e devolve em parte as quedas dos últimos meses. “A atividade caiu 11,4% de maio para junho,  e 13,0% de junho para julho, então, o atual crescimento não chega nem a compensar as quedas dos meses anteriores”, explica.

 

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