Varejo volta a ficar pessimista e espera queda nas vendas até dezembro, diz IDV

As empresas do setor de varejo voltaram a ficar pessimistas em relação aos resultados dos próximos meses. Agora, elas preveem queda nas vendas em todos os meses do quarto trimestre de 2022. A maior redução viria em dezembro – mês em que os resultados costumam ser positivos por causa das comemorações de fim de ano. É o que apontam dados divulgados pelo IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo).

Os números mostram que as empresas associadas ao IDV preveem queda de 1,1% nas vendas em outubro em relação a igual mês de 2021, já desconsiderando o efeito da inflação. A expectativa anterior era de queda menor, de 0,7%.

A previsão para novembro, que era de aumento de 0,5% no faturamento, também piorou: passou a ser de redução de 0,5%. Para dezembro – mês para o qual ainda não havia projeções –, a estimativa é de redução de 3,2% na receita real em relação a um ano antes.

Em comunicado, o IDV disse que o cenário econômico está melhorando, assim como a situação do mercado de trabalho – com menos desemprego e salários em alta.

No entanto, a instabilidade política por causa do segundo turno das eleições presidenciais e datas como a Black Friday e a Cyber Monday, que resultam em descontos nos preços de vários produtos, podem influenciar as vendas nos próximos meses, disse Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV.

Os associados ao IDV incluem grandes empresas varejistas de capital aberto, como Americanas (AMER3), Carrefour (CRFB3), Pão de Açúcar (PCAR3), Soma (SOMA3), Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3), Marisa (AMAR3), Petz (PETZ3), Raia Drogasil (RADL3), Via Varejo (VIIA3) e Vivara (VIVA3).

As ações da maioria destas empresas operam em queda hoje, com destaque para a do Grupo Soma, que caíam 3,57% por volta das 15h após a notícia de que a Hering, comprada pelo grupo, é alvo de investigação por inside trading.