Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) pressionam e Ibovespa opera em baixa de 1,20%

Juntas, a mineradora e a estatal correspondem a quase 25% de todas as negociações do principal índice da B3

Foto: Shutterstock

Ao contrário do visto ontem, quando conseguiu se descolar do exterior e subir, o Ibovespa acompanha o mercado global e a pressão de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4; PETR3) e opera em baixa nesta terça-feira (30).

Vale ressaltar que, juntos, os papéis de Petrobras e da Vale correspondem a quase 25% de todas as negociações do Ibovespa.

Por volta das 13h15 o principal índice da B3 caía 1,20% e operava aos 110.979 pontos. O IRB Brasil (IRBR3) liderava a ponta negativa com uma queda de 6,99%, após o ressegurador anunciar que vendeu uma sede da empresa no Rio de Janeiro para o Sebrae, numa transação de R$ 83,5 milhões.

Essa é a primeira ação da empresa para recompor os níveis de capital e voltar a cumprir os critérios regulatórios, conforme exigência da Susep (Superintendência de Seguros Privados).

“A conclusão do processo de alienação do referido imóvel é parte da estratégia de otimização da estrutura de capital da companhia, na contínua melhoria de suas despesas administrativas e operacionais, bem como na adequação de seus escritórios ao atual modelo de trabalho híbrido”, explicou a companhia, em comunicado ao mercado.

Na sequência, os papéis ordinários e preferenciais da Petrobras recuavam com intensidade, perdendo 5,25% e 5%, respectivamente, depois de o Itaú BBA rebaixar a recomendação da estatal. De acordo com os analistas, um ambiente macroeconômico desafiador promete meses de “muita volatilidade” no futuro.

Além da recomendação, o BBA cortou o preço-alvo do papel preferencial de R$ 43 para R$ 38 em 2022. Com base no preço atual de R$ 33, o banco prevê uma valorização de 15,15% até dezembro.

Outros papéis que recuavam com intensidade eram Gol (GOLL4), que perdia 4,87%, Cielo (CIEL3), com baixa de 4,13%, Banco Pan (BPAN4), que recuava 3,78% e a Natura (NTCO3), com queda de 3,52%.

A Vale (VALE3) liderava a queda em bloco das mineradoras, recuando 2,87%, na esteira da baixa do preço do minério no mercado internacional, refletindo preocupações com as restrições da Covid-19 e limitações à produção de aço na China.

O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de 5,01% nesta terça, cotado a 682 iuanes, o equivalente a US$ 98,67 por tonelada.

Para Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos, a Bolsa apresenta um movimento de “realização” natural, dado as altas recentes das últimas semanas. “O tom de hoje estende a cautela que começou na sexta com o simpósio de Jackson Hole. Lá, o presidente do Fed (o banco central americano) sinalizou que devemos ter uma alta de 0,75 pontos-base nos juros no país, o que trouxe essa cautela aos investidores”, avalia.

Altas do Ibovespa

Na ponta positiva, BRF (BRFS3) apontava em 1,30% para cima. O frigorífico anunciou nesta manhã a renúncia de Lorival Nogueira Luz ao cargo de CEO. O novo executivo-chefe será Miguel de Souza Gularte, que deixou a presidência da Marfrig (MRFG3).

A transição deve ser concluída no dia 30 de setembro. Em nota, a BRF citou que a indicação de Gularte “não sinaliza intenção, neste momento, de fusão entre a companhia e a Marfrig Global Foods S.A.”.

A troca de comando era esperada pelo mercado. A Marfrig, que possui cerca de um terço das ações da BRF, tem aumentado sua influência sobre a empresa pelo menos desde o início deste ano, quando decidiu exercer o direito de indicar candidatos ao conselho da concorrente.

Na sequência, Localiza (RENT3) subia 2,14%, Pão de Açúcar (PCAR3) ganhava 2%, Rede D’Or (RDOR3) valorizava 1,72%, Positivo (POSI3) avançava 1,48% e Ecorodovias (ECOR3) apontava em 1,45% para cima.

Bolsas internacionais estendem perdas

Lá fora, o movimento é negativo desde sexta-feira (26). Nos Estados Unidos, o índice de confiança do consumidor avançou de 95,3 pontos em julho para 103,2 pontos em agosto, acima das expectativas do mercado.

Na Europa, por sua vez, o mercado repercute a divulgação da taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Alemanha, que atingiu 7,9% em agosto, ante 7,5% em julho.

Com isso, a preocupação neste momento está nos bancos centrais dos EUA e da Europa, que podem recorrer a elevação de juros mais agressivos, podendo impactar o crescimento econômico mundial.

No horário acima, veja como estava os mercados na Europa, já perto do fechamento, e nos EUA;

Índice Localidade Perfomance
Dow Jones Estados Unidos  -0,82%
S&P 500 Estados Unidos -1%
Nasdaq Composto Estados Unidos -1,26%
Euro Stoxx 50 Zona do Euro -0,61%
DAX Alemanha +0,58%
FTSE 100 Reino Unido -0,84%

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