A notícia de que a China estabeleceu a meta de crescimento deste ano em “cerca de 5%”, após o fim das medidas restritivas de mobilidade contra Covid-19 que mantiveram milhões de pessoas em casa e desencadearam protestos, estremeceu o mercado do minério de ferro.
Tanto que a tonelada da commodity negociada na bolsa de Dalian teve baixa de 2,13%, cotada a a US$ 129,57. Na sexta, vale ressaltar, o contrato era cotado a US$ 133,15, o maior preço visto por lá desde julho de 2022. Essa baixa da commodity mexe diretamente com o Ibovespa, que vê ações ligadas ao minério em baixa no dia.
Vale (VALE3) caía 2,12% e CSN Mineração (CMIN3) perdia 0,40%. Dentre as siderúrgicas, CSN (CSNA3) caía 2,52% e Gerdau (GGBR4) se desvalorizava 0,27%. No mesmo sentido, o Ibovespa tinha uma queda de 0,31%.
A meta de 5% foi considerada modesta pelo mercado. Na avaliação da Ativa Investimentos, o país frustrou as expectativas dos agentes mais agressivos ao apontar a meta.
“As expectativas sobre o crescimento de 2023 estão em 5,3%, ou seja, a meta de 5% é uma mudança no modus operandi da China que sempre aponta para metas mais agressivas, o que traz relativo pessimismo ao mercado seja por uma mudança acomodativa ou pela sinalização de que o país não irá ter novos rompantes de crescimento” disse Étore Sanchez, economista-chefe da instituição, em comentário enviado ao mercado.
O crescimento do ano passado no país, vale dizer, caiu para 3%, o segundo nível mais fraco desde pelo menos a década de 1970.
“Devemos dar prioridade à recuperação e à expansão do consumo”, disse o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, em um discurso sobre os planos do governo perante o cerimonial do Congresso Nacional do Povo, no centro de Pequim.
A nova equipe de liderança do presidente chinês, Xi Jinping, enfrentará desafios que vão desde a fraca demanda global por exportações e aumentos persistentes de tarifas dos EUA em uma disputa sobre tecnologia e segurança até restrições no acesso a chips de processadores ocidentais devido a temores de segurança.