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Vale (VALE3) é a ação mais recomendada pelo 4º mês seguido; veja indicações de 15 corretoras para abril

Analistas começam a recomendar papéis ligados à economia doméstica, mas sem abrir mão das commodities

Foto: Shutterstock

Vencedora em todos os meses deste ano, a Vale (VALE3) é mais uma vez a ação mais indicada pelas instituições financeiras, agora para o mês de abril. A mineradora figura em 11 das 15 carteiras recomendadas consultadas pela Agência TradeMap.

Ainda que a Vale ocupe o primeiro lugar na lista, que conta também com outras empresas ligadas a commodities, a análise da equipe de analistas do Banco Inter é que, mesmo que o cenário de guerra na Ucrânia siga puxando os preços das matérias-primas, possíveis avanços nas negociações no Leste Europeu e um ciclo de alta de juros nos Estados Unidos podem reduzir o preço de alguns destes produtos.

A maioria das instituições financeiras consultadas entende que o momento é de incerteza para as commodities, a depender principalmente da duração da guerra entre Rússia e Ucrânia.

“Diante do cenário de maior volatilidade e mais especulações em torno de empresas exportadoras, com a sinalização de uma possível resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia, estamos diminuindo nossa exposição ao setor”, dizem os analistas da Genial Investimentos.

Nesse contexto, o Inter acredita que ações mais expostas à economia doméstica podem começar a performar melhor. A instituição, porém, não abre mão de expor parte da carteira às commodities, por meio de empresas que, na visão do banco, poderiam se sobressair mesmo com uma eventual correção nos preços do setor.

Sobre a economia doméstica, a Genial menciona a aproximação do fim do ciclo de alta da Selic como fator que pode impulsionar o setor, mas mantém certa cautela devido aos possíveis efeitos das eleições e da situação fiscal brasileiras.

“Ainda enxergamos oportunidades em commodities e em algumas empresas mais ligadas ao crescimento econômico, porém reforçamos cautela [e escolha] por nomes de mais qualidade, com bom histórico de resultados e que possuem mais gerência sobre a sua perspectiva de crescimento e resultados, devido à possibilidade de aumento da volatilidade dos mercados”, afirmam os analistas da Ativa Investimentos.

Confira a seguir os cinco papéis mais indicados para abril.

Ação Número de indicações
Vale (VALE3) 11
Itaú (ITUB4) 8
Petrobras (PETR4) 7
JBS (JBSS3) 5
Suzano (SUZB3) 5
Fontes: Ágora, Banco Inter, BB Investimentos, Elite Corretora, Genial Investimentos, Guide, Mirae, Órama, Safra Corretora, Santander Corretora, Ativa Investimentos, Warren, Toro Investimentos, BTG Pactual e PagBank

Quatro vitórias seguidas para a Vale

Depois de resultados considerados fortes pelo mercado no quarto trimestre do ano passado, mesmo com a queda do minério de ferro no período, os analistas mantém avaliação positiva sobre o potencial da Vale.

Na visão da equipe da Safra Corretora, a empresa deve ser capaz de driblar os menores preços do minério e as incertezas relativas ao crescimento econômico da China e seguir gerando um fluxo de caixa sólido.

Os analistas do Inter enxergam um importante potencial de geração de valor na operação de metais básicos da Vale. “Apesar das dinâmicas de prêmios ainda não tão favoráveis no segmento, acreditamos que esta unidade poderá ser fortemente beneficiada pela demanda de baterias, em virtude de carros elétricos, principalmente”, dizem. Nessa frente, o BTG Pactual destaca que as perturbações na oferta de níquel da Rússia podem jogar a favor da Vale.

Outro ponto positivo levantado pelos analistas são as boas expectativas de dividendos da Vale. Na estimativa do BTG, o dividend yield deve ficar entre 11% e 12% em 2022.

Por sua vez, a Santander Corretora destaca que, até dezembro de 2021, a Vale havia executado apenas 11% do seu programa de recompra anunciado em outubro, mas aponta, no lado negativo, que o crescimento da dívida líquida da empresa pode limitar a distribuição de dividendos extraordinários.

Itaú: o bancão moderninho

Os analistas da Ativa Investimentos apontam que a boa qualidade da carteira de crédito do Itaú e a proatividade da diretoria da companhia em relação ao processo de digitalização podem ajudar o banco a navegar os desafios que as instituições tradicionais devem enfrentar nos próximos anos, com a modernização e o aumento da competitividade no sistema financeiro.

Em um cenário de alta nas taxas de juros, a percepção dos analistas do BTG Pactual é que as ações de bancos tradicionais sejam ativos defensivos.

Para o PagBank, “a manutenção da taxa de juros em níveis elevados é positiva para o banco, pois o spread bancário, a diferença entre a taxa cobrada aos clientes e o custo de aquisição desse valor pelo banco, tende a aumentar”.

Foco no pré-sal segue apoiando a Petrobras

Um dos pontos que devem seguir favorecendo a ação da Petrobras, na visão do Safra, é o processo de redução do endividamento e a política de dividendos da companhia.

O Safra destaca o foco da companhia nos ativos com maiores retornos. Para o Santander, a expectativa é que esse foco gere uma melhora no ROCE (retorno sobre capital empregado) da petroleira.

Outros fatores que podem jogar a favor da Petrobras são o preço do petróleo, o avanço na venda de ativos e a entrada em operação de novos poços no médio prazo, contribuindo para o aumento da produção.

Como de costume, o principal ponto de atenção levantado pelas instituições é a possibilidade de interferência na política nos preços da companhia. “Porém, acreditamos que esse risco é limitado, uma vez que a legislação e o estatuto da empresa trazem alguma proteção contra interferência política”, diz o Safra.

JBS: diversificação é o nome do jogo

Em um cenário em que as margens tendem a ser pressionadas, com aumento de custos e mais obstáculos na cadeia de produção, o portfólio diversificado da JBS pode colocá-la à frente de seus pares, segundo o Inter.

“Por mais que o cenário global seja desafiador, acreditamos que o amplo portfólio de produtos da JBS, assim como forte diversificação territorial, irão ampliar a sua capacidade de contornar as dificuldades do cenário mundial, o que contribui para os resultados da companhia”, dizem os analistas do banco.

Outros fatores que podem impulsionar a ação, na visão do Santander, são a tendência de crescimento no consumo global de carne bovina; a recuperação do ciclo da pecuária brasileira e o maior consumo interno; a dinâmica de preços favorável; e possíveis fusões e aquisições.

Na análise do banco, a JBS deverá entregar retornos sólidos aos acionistas, tanto por valorização do preço das ações quanto por distribuição de dividendos.

Balanço preços vs. custos é positivo para a Suzano

A Ativa destaca que, mesmo com uma demanda mais assimétrica por celulose na China e com o aumento nos custos de produção, a Suzano conseguiu manter bons números no quarto trimestre de 2021.

A corretora espera, à frente, que o mercado de celulose global entre em um momento mais favorável, de modo que a Suzano seja capaz de seguir aumentando os preços; que a dinâmica de custos comece a melhorar no segundo semestre; e que a companhia continue a avançar em seu processo de redução de dívidas. Além disso, o atraso em projetos de expansão anunciados por concorrentes joga a favor da Suzano.

O Santander também projeta um bom cenário de preços de papel e celulose para 2022, de modo que a companhia possa ter uma grande geração de caixa.

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