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Vale e exterior impulsionam Ibovespa no último pregão do ano

Índice contraria a tendência dos últimos dias e sobe 0,69%, aos 104.825 pontos

Foto: Divulgação

Contrariando a tendência dos últimos dias, o Ibovespa passou a manhã desta quinta-feira, dia 30, em alta, e tinha avanço de 0,69% por volta das 13h15, aos 104.825 pontos, ajudado pelas bolsas do exterior e pela alta nas ações da Vale.

Em Wall Street, o S&P 500 tinha alta de 0,14%, o Dow Jones subia 0,07% e o Nasdaq tinha avanço de 0,48%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 subia 0,51%, o FTSE 100, de Londres, caía 0,06%, e o DAX, da Alemanha, tinha alta de 0,39%.

A sensação geral do mercado é que os impactos da variante Ômicron do coronavírus sobre a economia não serão tão fortes quanto se temia. As notícias em torno da disseminação do vírus, no entanto, não são animadoras. Nos EUA, o número de novos casos subiu para uma média de 265 mil por dia, muito devido à disseminação da variante Ômicron.

Na ponta positiva, alguns países que haviam imposto novas medidas de restrição para combater a disseminação estão voltando atrás, devido à taxa reduzida de óbitos diante do grande número de novos casos.

No Brasil, em meio à redução de gastos com a pandemia e arrecadação recorde, as contas do setor público tiveram um superávit primário (receitas menos despesas antes do pagamento dos juros da dívida pública) de R$ 15 bilhões em novembro, segundo o Banco Central (BC). No mesmo mês do ano passado, o resultado havia ficado negativo em R$ 18,1 bilhões.

Foi o melhor mês de novembro para as contas públicas desde 2013, e o cenário reforça a chance de o setor público encerrar o ano no azul pela primeira vez desde o mesmo ano.

Na avaliação de analistas, porém, esse bom desempenho não deve se manter daqui para frente. “Este cenário deve ser revertido no próximo ano com o aumento dos gastos com programas sociais, a mudança no teto de gastos e a normalização do superávit dos governos subnacionais”, afirmou a equipe de análise de macroeconomia do BTG Pactual Digital.

Por aqui, o índice também é ajudado pelas ações da Vale (VALE3), que sobem “muito por conta da alta do minério e da China, que vem sinalizando que vai manter os estímulos da economia através de um recolhimento menor de empréstimo compulsório”, explica Alexandre Achui, head da mesa private de ações e sócio da BRA. O papel tinha alta de 1,71%, a R$ 78,57

Do lado negativo, o embate em torno do reajuste dos servidores federais reforça a noção de desafios para o avanço do Orçamento de 2022, que pode acabar encontrando dificuldades no Legislativo.

As paralisações anunciadas por diversas categorias do funcionalismo e o aceno do governo de prorrogar o aumento temporário do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para financiar a desoneração da folha de pagamentos também limitam as altas do índice, com investidores preocupados com o cenário fiscal do país.

As maiores altas do Ibovespa eram de Magazine Luiza (MGLU3), Méliuz (CASH3) e Locaweb (LWSA3), que subiam 9,02%, 8,64% e 5,36%, respectivamente. Na ponta oposta, Marfrig (MRFG3), Santander (SANB11) e Pão de Açúcar (PCAR3) lideravam as baixas, com quedas de 1,75%, 1,65% e 1,47%.

As ações de varejo sobem porque “são ações mais sensíveis à curva de juros, que hoje está operando em baixa, favorecendo as ações de consumo”, explica Achui. Além de Magalu, Via (VIIA3) subia 3,79%, a R$ 5,21; Lojas Americanas (LAME4) 3,42%, a R$ 6,05; Americanas (AMER3), 3,26%, a R$ 32,03; e Lojas Renner (LREN3), 1,88%, a R$ 24,35.

Os papéis do setor de tecnologia também têm fortes altas, beneficiados pela queda dos juros. Além de Méliuz e Locaweb, Banco Inter (BIDI11) avançava 4,03%, a R$ 28,69; Banco Pan (BPAN4) ganhava 3,21%, a R$ 10,92, enquanto Totvs (TOTS3) tinha alta de 0,79%, a R$ 28,11.

Entre as quedas, destaque para as ações dos grandes bancos, que reagem à possibilidade de o governo manter mais alta a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) cobrada dos bancos e prorrogar a sobretaxa do IOF até 2023, com o objetivo de financiar a desoneração da folha de pagamento para alguns setores.

As medidas, se confirmadas, podem pressionar os balanços dos bancos. Com isso, as ações de Itaú (ITUB4) caíam 1,36%, a R$ 21,01, Bradesco (BBDC4) tinha perdas de 1,04%, a R$ 19,10, e Banco do Brasil (BBAS3) recuava 0,48%, a R$ 28,82.

 

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