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UBS fica mais pessimista com ações dos EUA e vê fundo do poço ainda longe

Banco diz que ações dos EUA precisam cair mais para valerem a pena, mas que há oportunidades para alguns investidores

Foto: Shutterstock

As ações dos Estados Unidos dificilmente vão se recuperar nos próximos três a seis meses e podem estar longe de ter atingido o limite de queda neste ano. A avaliação é do UBS, que colocou os papéis do país entre os ativos “menos preferidos” da instituição.

Em relatório, o UBS afirmou que historicamente os preços das ações costumam subir quando uma de três condições é atingida: a possibilidade de queda nos juros, a percepção de que a economia bateu no fundo do poço e vai se recuperar ou quando os valores dos ativos já embutem todos os riscos relacionados ao cenário mais pessimista do mercado.

“Hoje, não achamos que nenhuma destas condições foi preenchida”, disse a instituição no documento.

O UBS afirmou que o Federal Reserve, banco central americano, provavelmente vai parar de aumentar os juros no primeiro trimestre de 2023, mas que os indicadores de emprego e de inflação dos EUA tornam um corte nas taxas uma possibilidade distante.

De acordo com o banco, além de a inflação no país estar subindo no ritmo mais rápido desde a década de 1980, o próprio Fed indicou que prefere um aumento excessivo dos juros a uma parada precipitada na elevação das taxas.

“Além disso, o mercado de trabalho – importante contribuidor para a inflação – continua aquecido. A taxa de desemprego caiu para 3,5% em setembro, de 3,7% em agosto, atingindo o menor nível em 50 anos. Na ausência de inflação menor ou de um mercado de trabalho mais fraco, achamos que será necessária uma forte deterioração na economia para fazer o Fed mudar de ideia.”

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O UBS também aponta que o mercado ainda não incorporou nas projeções econômicas e de lucro das empresas os efeitos negativos da alta de juros.

Mesmo com uma série de sinais de que a economia vai enfraquecer, diz o banco, o consenso do mercado ainda é de que o lucro das empresas vai crescer 5% em 2023.

Por último, os preços das ações ainda não chegaram ao nível em que deveriam estar, levando em consideração os riscos negativos que se apresentam, destacou o UBS.

“Os mercados de ações ainda não ficaram nem mais baratos em relação ao de renda fixa, nem precificados de forma a se ajustar a uma redução material no crescimento e nos lucros”, acrescentou. “A relação entre risco e retorno dos mercados nos próximos três a seis meses é desfavorável, do nosso ponto de vista.”

O que fazer neste cenário?

O banco ressaltou que a perspectiva para a economia deve melhorar a partir de 2023, e que, daí em diante, o mercado deve começar a prever um corte nos juros pelo Federal Reserve.

A sugestão do UBS é tentar limitar as perdas de curto prazo e manter – ou aumentar – a exposição ao mercado acionário americano para o médio e longo prazos. Tudo depende de quanto dinheiro o investidor deveria ter em ações dos EUA neste momento.

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Para quem está com menos dinheiro do que deveria alocado nesses ativos, a sugestão do banco é aproveitar o momento de volatilidade atual para aumentar posições de longo prazo.

“Com base em dados históricos, a relação entre o preço e o lucro das empresas do S&P 500 é consistente com um retorno anualizado de 8% a 10% ao longo da próxima década.”

Quem já está dentro da alocação recomendada pode usar opções ou outras ferramentas para se proteger da queda nos preços ou migrar parte dos investimentos para ações de setores menos suscetíveis à atividade econômica – ou “defensivos”, como empresas prestadoras de serviços públicos, por exemplo.

Os investidores que estão com posições maiores que as recomendadas devem trocar o volume excedente por ativos de renda fixa com notas de crédito elevadas – ou seja, com pouca chance de inadimplência, recomenda o UBS.

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