Twitter (TWTR34) irá recorrer à justiça para garantir que Musk cumpra o acordo de compra

Falha em fornecer dados constitui quebra do contrato de fusão e justifica desistência, diz equipe do bilionário

Foto: Shutterstock

Depois de Elon Musk anunciar que desistiu de adquirir o Twitter (TWTR34), em uma transação de US$ 44 bilhões, o presidente do conselho da empresa de rede social, Bret Taylor, afirmou em um tweet que a companhia irá recorrer da decisão de Musk, acionando a justiça para garantir que a compra ocorra.

“O Conselho do Twitter está comprometido em fechar a transação nos preços e termos acordados anteriormente com o Sr. Musk, e planeja recorrer à justiça para garantir o acordo de fusão. Estamos confiantes de que iremos vencer na Corte de Delaware”, afirmou Taylor.

Por volta das 19h45 desta sexta-feira, após o anúncio de Musk, as ações do Twitter caíam 5,58% no after-market americano, cotadas a US$ 34,85.

Elon Musk desistiu de adquirir o Twitter após a empresa se recusar a fornecer informações precisas sobre o número de contas falsas e spams em sua plataforma e, com isso, quebrar o contrato de fusão, de acordo com a equipe do bilionário.

Em documento enviado à SEC (Securities and Exchange Commission, equivalente americana à CVM), Mike Ringler, assessor de Musk na transação, afirma que o empresário vem pedindo informações há dois meses com o objetivo de avaliar de maneira independente a proporção de contas falsas ou spam.

“Essa informação é fundamental para os negócios e para a performance financeira do Twitter”, afirma o documento. “Algumas vezes o Twitter ignorou os pedidos de Musk, às vezes os rejeitou por razões que parecem injustificadas, e às vezes afirmou entregar as informações, mas forneceu dados incompletos ou inúteis”, completa Ringler.

A equipe de Musk vai além, alegando que o Twitter não só falhou em oferecer informações importantes, como também fez declarações falsas e que induzem ao erro, nas quais o bilionário confiou antes de entrar no acordo.

Segundo o documento, o Twitter afirmou, sob o acordo, que não ofereceu declarações falsas em nenhum dos documentos enviados à SEC desde 1 de janeiro. No entanto, na visão de Musk, a companhia fez uma série de declarações falsas, alegando que a média de contas falsas ou spam no primeiro trimestre deste ano foi de 5% e que, quando uma conta falsa é identificada, ela deixa de ser quantificada na base de usuários do Twitter.

A equipe de bilionário alega que, mesmo sem as informações completas, Musk realizou uma análise preliminar e parcial que, apesar de ainda estar em andamento, sugere que muitas dessas declarações são falsas ou induzem ao erro.

Finalmente, o documento indica que, como o Twitter foi avisado sobre esta quebra de contrato pelo menos desde 6 de junho, “qualquer prazo para encontrar uma solução oferecido para o Twitter sob o acordo de fusão já se encerrou”.

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