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Tesouro Direto: pós-fixados mantêm atratividade com perspectiva de avanço da Selic; veja balanço de março

Títulos indexados à inflação somaram R$ 1,30 bilhão e corresponderam a 31,5% das vendas no mês passado

Foto: Shutterstock

A pressão sobre o Banco Central (BC) para subir ainda mais os juros mantém a atratividade dos títulos pós-fixados na carteira dos investidores. Atualmente em 11,75% ao ano, o maior patamar desde abril de 2017, a Selic deve fechar 2021 a 13,25%, segundo as previsões do mercado financeiro publicadas no Boletim Focus na terça-feira (26).

Essa perspectiva para novas escaladas, que pode ser revista caso a inflação não dê sinais de trégua, estimula os investidores da renda fixa para o Tesouro Selic, as antigas Letras Financeiras do Tesouro (LTF), que tem a rentabilidade atrelada à variação da taxa de juros. Ou seja, quanto mais o BC joga a Selic para cima, maior o retorno obtido com o investimentos.

Dados do Tesouro Direto de março publicados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério da Economia traduzem claramente esse movimento. As aplicações no Tesouro Selic lideraram a demanda dos investidores, correspondendo a 57,97% das operações. Ao todo, foram R$ 2,4 bilhões em vendas.

Lais Costa, chefe dos analistas de renda fixa da Empiricus, aponta que essa tendência de alta dos juros nos próximos meses torna o pós-fixado ainda mais atrativo para quem pensa no curto prazo. “Neste momento, a principal opção, tanto teórica quanto operacional, é o Tesouro Selic. Os juros subiram muito, em um movimento que não era esperado há um ano. É uma alternativa de caixa que rende bastante”, diz.

Diversificação é uma das palavras de ordem no mercado. Mesmo que o pós-fixado seja mais atraente, investidores podem — e devem — posicionar a carteira também em alternativas prefixadas. As opções com resgate no médio prazo são as mais indicadas diante do atual cenário.

Os títulos prefixados podem ser indexados à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e à taxa de juros. Apesar de a prévia da inflação ter ido a 12,03% nos 12 meses encerrados em abril, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta manhã, o mercado projeta o arrefecimento da variação neste ano para 7,65%, e 4% ao fim de 2023.

“Se a inflação cair, e o investidor tiver prefixado uma taxa, ele será mais bem remunerado”, afirma Costa. Segundo a analistas, para esta modalidade é recomendado aportar em opções com vencimento entre dois e cinco anos. O prazo pode chegar até sete anos, caso o investidor estiver mais disposto ao risco

Apesar de reconhecer que o momento ainda é desafiador para opções prefixadas, Lucas Taxweiler, especialista em investimentos da Magnetis, destaca a necessidade de buscar equilíbrio entre as opções. “Tem que estar sempre alocado em algo que forneça o melhor retorno ajustado ao risco. É preciso entender esse cenário, e diversificar é sempre o melhor caminho”, reforça.

Recorde

O aporte no Tesouro Direto teve um aumento de 37.993 investidores em março, totalizando mais de 1,9 milhão de investidores, o maior registro da série histórica iniciada em 2002. Segundo dados do governo federal, foram 581.497 operações de investimento em títulos, no total de R$ 4,13 bilhões. Já os resgates totalizaram R$ 2,02 bilhões.

O valor médio por operação foi de R$ 7.105,91. O levantamento da equipe econômica mostrou ainda que as aplicações até R$ 1 mil representaram 58,43% da movimentação no mês passado.

Os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais) somaram R$ 1,3 bilhão e corresponderam a 31,5% das vendas, enquanto os títulos prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) totalizaram R$ 435,11 milhões, ou 10,53% do total.

Nas recompras (resgates antecipados), predominaram os títulos indexados à taxa Selic, que somaram R$ 1,04 bilhão (51,46%). Os títulos remunerados por índices de preços (Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais e Tesouro IGPM+ com Juros Semestrais) totalizaram R$ 586,88 milhões (29,01%), os prefixados, R$ 395,04 milhões (19,53%).

A maior parcela de vendas se concentrou nos títulos com vencimento entre um e cinco anos, que alcançaram 81,25% do total. As aplicações em títulos com vencimento acima de dez anos representaram 17,09%, enquanto os papéis com vencimento de cinco a dez anos corresponderam 1,66% do total.

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