Tenda (TEND3) se beneficiará com a entrada de R$ 132 mi, mas mercado ainda prega cautela – entenda

Analistas ainda esperam por resultado da participação da construtora no programa Pode Entrar

Foto: Shutterstock/SPK Studio Images

O reforço de R$ 132,4 milhões no caixa da Tenda (TEND3) com a venda de recebíveis, conforme anunciado aos investidores na sexta-feira (3), reverteu parte da cautela do mercado sobre a companhia, apesar de o sentimento geral ainda ser de neutralidade à espera dos próximos passos.

Para os analistas consultados, a entrada do montante neste primeiro trimestre ajuda a desalavancar a construtora.

No terceiro trimestre do ano passado, último dado público sobre as finanças, a Tenda tinha alavancagem medida pela dívida líquida e o potencial de lucro em 54,5%, patamar inferior ao limite de 80,0% estabelecido junto aos credores, de acordo com a companhia. Os dados do quarto trimestre serão divulgados nesta quinta-feira (9), após o fechamento do mercado. 

Ponto positivo

O índice elevado é um dos principais motivos para os analistas recomendarem a neutralidade para as compra das ações, mas isso pode mudar nos próximos meses.

Em relatório distribuído neste domingo (5), o BTG Pactual ressaltou o efeito positivo da adesão da construtora ao Pode Entrar, programa de moradia popular projetado pelo governo municipal de São Paulo, semelhante ao Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, como um “divisor de águas” para a empresa.

A Tenda ofertou 7,45 mil residências, totalizando R$ 1,51 bilhão – o equivalente a 60% dos lançamentos previstos para 2023. 

Apesar de os analistas Gustavo Cambauva, Elvis Credendio e Bruno Tomazetto afirmarem que a empresa deve continuar queimando caixa ao longo deste ano, os recebíveis e a participação no Pode Entrar são potenciais de melhorias os papéis.

“Embora ainda não estejamos fazendo mudanças em nossas estimativas (uma vez que o resultado do Pode Entrar ainda é desconhecido), a Tenda parece estar tomando as medidas necessárias para ajustar sua estrutura de capital, um importante gatilho de curto prazo para a ação, que deve responder positivamente”, explicaram os analistas 

O Santander, que também manteve a recomendação neutro, afirmou que vai precisar de mais alguns trimestres para “recuperar a confiança no processo de recuperação da empresa”.

No documento, os analistas Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni pontuaram que a entrada dos recebíveis deve ajudar nas contas, ao mesmo tempo que a Tenda toma outras medidas, como expansão da linha de crédito e a criação de parcerias com outras construtoras. 

“Vemos a operação como positiva, pois deve ajudar a fortalecer a liquidez da empresa durante o 1T23, quando a empresa deve continuar queimando caixa como forma de entregar as unidades lançadas ao longo de 2019-21”, diz o Santander.

Outra casa que pode rever a recomendação da Tenda após a entrada de capital e o resultado da participação do programa Pode Entrar, é a Genial Investimentos. “O aperto financeiro era o principal motivo para nossa recomendação neutra, o que significa que devemos rever nossos números para fazer jus às entradas extraordinárias de caixa”. 

O que diz o mercado

A Tenda possui nove recomendações de analistas, sendo uma para compra e oito para a manutenção, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap. Os papéis da construtora possuem um potencial de valorização de 60%, de R$ 8, ante o valor de fechamento do dia 3 de março, que foi de R$ 5. 

Apesar da percepção mais otimista com a empresa, os papeis da Tenda caem nesta segunda-feira (6). Por volta de 12h40h, as ações registravam recuo de 0,40%, negociadas a R$ 4,98.

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