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Temor com Ômicron no exterior derruba ações de saúde. É para tanto?

O aumento de contaminações no exterior preocupa o mercado, mas quem acompanha as empresas de saúde vê um cenário mais controlado

As ações de algumas das principais empresas de saúde – como Hapvida, NotreDame, Qualicorp e Mater Dei – têm operado em queda nesta quarta-feira, dia 21, em meio a temores de investidores com o avanço, no exterior, da Ômicron, a nova variante da covid-19. 

A Holanda impôs um novo lockdown no último domingo, no dia 19, enquanto o Reino Unido não descarta novas restrições após identificar um novo surto causado pela variante nos últimos dias. Nos Estados Unidos, a Ômicron já é responsável por 73% dos novos casos. 

Preocupado, o mercado reage com mau humor. A ação da Qualicorp (QUAL3), focada em planos de saúde por adesão coletiva, é a terceira que mais cai nesta quarta, entre as empresas que fazem parte do Ibovespa, o principal índice da Bolsa. Por volta de 13h, o papel recuava 3,19%. 

A operadora Hapvida (HAPV3), que tem hospitais e planos de saúde em vários estados do Brasil, era negociada em queda de 2,45%. Pela manhã, a empresa publicou um balanço no qual afirma que notou um “aumento significativo nos atendimentos de pacientes com sintomas típicos de viroses (como Influenza) em praticamente todas as regiões onde atuamos”, com exceção de Minas Gerais. 

O pico foi registrado no dia 20 de dezembro, com 14.304 atendimentos. O resultado marca o fim de um período de estabilidade, que durava desde julho. O aumento foi verificado após o Brasil registrar os primeiros casos da Ômicron, já em dezembro. 

“Esse forte incremento nos atendimentos de urgência e emergência nas últimas semanas é atípico para esse período do ano já que o período tradicional das viroses ocorre, historicamente, nos primeiros meses do ano”, disse a Hapvida, no comunicado. 

Outra empresa que também tem operado em baixa é a NotreDame (GNDI3), empresa que fez um acordo de fusão com a Hapvida, com aprovação recomendada pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A ação caía 2,01%. 

Uma nova onda de internações é algo que preocupa os investidores de companhias de saúde porque causa superlotação nos hospitais e gera uma postergação dos procedimentos eletivos, como cirurgias mais complexas. 

É para tanto?

Para a analista Giovana Scottini, sócia da Meraki Capital, a queda das empresas de saúde na Bolsa não tem relação com o pico de atendimentos apresentado pela Hapvida. “Na redes (da Hapvida), as internações estão controladas em níveis mais baixos”, ressalta. 

Na visão da analista, o movimento das ações é mais um reflexo do que tem acontecido no exterior, um “susto” dos investidores com as notícias envolvendo outros países. Para ela, porém, trata-se de uma visão superficial, uma vez que já há estudos que indicam que, com a Ômicron, o risco de hospitalização é 80% menor em relação às outras variantes.

O gestor Luís Felipe Amaral, fundador da gestora Equitas e que investe na rede de hospitais Mater Dei (MATD3), reconhece que a pandemia pode piorar de novo, mas demonstra pouca preocupação com o longo prazo. “Pode haver flutuações de curto prazo, uma nova onda de fechamento, uma nova postergação de procedimentos, mas é questão de tempo que as coisas voltem à normalidade”, diz. Mater Dei operava em queda de 8,95%.

 

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