A fabricante de papel e celulose Suzano (SUZB3) registrou seu maior Ebitda da história em 2021, que somou R$ 23,471 bilhões, de acordo com o balanço da companhia do quarto trimestre de 2021, publicado na noite desta quarta-feira (9).
Impulsionada pela alta nos preços da celulose ao longo do ano, a companhia reverteu o prejuízo de R$ 10,715 bilhões registrado em 2020 e fechou 2021 com lucro de R$ 8,636 bilhões.
No trimestre, o Ebitda ajustado foi de R$ 6,355 bilhões, alta de 1% em relação ao terceiro trimestre e de 60% na comparação com os três últimos meses de 2020. No quarto trimestre, a companhia teve lucro de R$ 2,313 bilhões, contra prejuízo de R$ 959 milhões no trimestre anterior, mas 61% abaixo do lucro registrado no mesmo período do ano passado que somou R$ 5,914 bilhões.
Além da alta dos preços da celulose, “em um contexto de restrições nas cadeias globais e baixa disponibilidade de celulose no mercado”, segundo a companhia, a gestão menciona ainda o forte volume de vendas como motor por trás do crescimento do Ebitda.
A receita líquida do trimestre foi de R$ 11,470 bilhões, sendo 83% gerada no mercado externo. O número representa alta de 7% em relação ao terceiro trimestre, impulsionado pela valorização do dólar e pelo aumento no volume de vendas. Em relação aos mesmos três meses de 2020, a alta foi de 43%.
No segmento de celulose, o Ebitda cresceu 59% em 2021. Neste braço do negócio, foram vendidas 2,722 milhões de toneladas, alta de 2% em relação ao mesmo período de 2020.
A demanda, segundo a empresa, foi sustentada, na Europa e na América do Norte, por um cenário de sólida performance nos segmentos de papel, com destaque para o consumo de papéis sanitários, que seguiu a retomada observada no 3T21. Na China, os patamares de produção de papel foram retomados depois de restrições de energia, que impactaram a indústria em setembro e outubro.
Do lado da oferta, a companhia destaca uma queda nos preços durante a primeira metade do trimestre, causada por uma entrada de volume de produção via novos projetos de celulose e pelo arrefecimento da economia chinesa. Isso, porém, foi revertido na metade final do período, devido a paradas não programadas de produção e ao cenário logístico desafiador.
No segmento de papel, a companhia registrou Ebitda recorde, impulsionado pelo desempenho operacional e por uma significativa melhora do ambiente de negócios, apesar de uma elevação de custos. As vendas do segmento foram de 371 mil toneladas, alta anual de 5%.
De acordo com a empresa, a recuperação da demanda no segmento ocorreu em paralelo à evolução na vacinação, que permitiu o retorno a escolas e escritórios. Além disso, os preços no mercado doméstico e internacional foram ajudados por gargalos logísticos e aumentos nos custos de energia elétrica e insumos.
A alta de 5% nos custos no quarto trimestre em relação aos três meses anteriores e de 20% em relação ao mesmo período de 2020, chegando a R$ 747 por tonelada, deveu-se ao maior custo com insumos, à elevação do custo com madeira e aumento do custo fixo. Esses efeitos, segundo a empresa, foram parcialmente compensados pelo melhor resultado de utilidades.
As despesas gerais e administrativas também subiram (69% na comparação trimestral e 9% na comparação anual), devido principalmente a gastos associados à Covid-19 e a gastos com pessoal.
Em termos de endividamento, a companhia destaca a redução de sua dívida líquida em dólares em 15%, encerrando o ano com alavancagem de 2,4x em dólar. “A expressiva queda do endividamento associada ao aumento da posição de liquidez, fortalecem ainda mais o sólido balanço da Suzano para o novo ciclo de investimento referente ao Projeto Cerrado, aprovado pelo Conselho de Administração em outubro”, destaca a companhia.
A nova planta, segundo a Suzano, terá capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas, e deve entrar em operação no segundo semestre de 2024.