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SLC Agrícola (SLCE3) diz que não faltará fertilizantes e que fez um movimento contra a alta de preços – entenda

Para Gustavo Lunardi, diretor de Suprimentos e Produção de Sementes da companhia, o estoque atual é suficiente para a safra 2022/2023

Fazenda Paiaguás, da SLC Agrícola. Foto: Lourenço Furtado/Fato e Foto

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que já se estende por quatro meses, e que tem tirado o sono de muitas economias, inclusive a do Brasil, pelo risco da falta de abastecimento de alguns insumos, entre eles, o fertilizante, parece não preocupar a SLC Agrícola (SLCE3), que disse estar praticamente abastecida para a safra 2022/2023.

Em entrevista exclusiva à Agência TradeMap, o diretor de Suprimentos e Produção de Sementes da empresa, Gustavo Lunardi, afirmou que a companhia reforçou ainda mais o estoque informado em março deste ano – que era de 83% de potássio e 49% de fósforo.

Sem entrar em detalhes, o executivo explicou que esses números já aumentaram e que foram adquiridos mais fertilizantes nitrogenados para suportar a demanda. Segundo ele, a SLC tem comprado os insumos necessários para a safra atual desde o final do ano passado.

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“Não vamos absorver essa alta de preços porque adiantamos essa compra”, explica Lunardi.

A guerra, que começou em fevereiro deste ano, colocou em xeque o suprimento de fertilizantes para empresas do agronegócio brasileiro, uma vez que cerca de 80% desses produtos utilizados por aqui são importados.

Do total importado, 30% vêm de dois países afetados pela guerra: a Rússia, que é alvo de sanções econômicas internacionais e tem dificuldades para exportar, e da vizinha Bielorrúsia, aliada dos russos.

Além da Bielorrússia e da Rússia, o Canadá, outro exportador importante de fertilizante está focado em suprir a demanda da América do Norte, o que acaba diminuindo a chegada dos produtos no Brasil.  “Não vai faltar fertilizantes para SLC e não deve faltar para o Brasil e o mundo”, diz o diretor.

Somado a isso, segundo informações publicadas nesta segunda-feira (27) na imprensa, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantiu ao presidente Jair Bolsonaro que seguirá fornecendo fertilizantes ao país.

No entanto, a escassez gerada pela guerra na Ucrânia tem sim impactado o preço do produto. Mesmo com a alta nos preços, Lunardi projeta boas margens para os próximos trimestres da SLC. Nos três primeiros meses deste ano, a margem líquida da empresa foi de 33,1%.

SLC debutando na Bolsa

Apesar da SLC Agrícola ter estreado na carteira do Ibovespa em maio deste ano, a companhia já é uma veterana na B3. Com capital aberto desde 2007, a companhia completou 15 anos de IPO no último dia 12. De lá para cá, a empresa viu seus papéis saírem de R$ 4,09 — o valor inicial, para os atuais R$ 45,43 do fechamento de terça-feira (29), uma valorização de aproximadamente 1.010%.

A entrada na carteira do principal índice da B3 pode ter animado os investidores. No dia 2 de junho, o papel atingiu sua máxima histórica, batendo os R$ 57,65. Desde o início do ano, o papel já valorizou 11,68%.

“O fato de termos capital aberto por si só não diz muita coisa. Agora, quando pensamos em governança corporativa, robustez de gestão e investimento em pessoal, vemos esse ponto positivo”, comenta Lunardi. 

De acordo com dados da Refinitiv compilados na plataforma TradeMap, as recomendações para o papel da SLC são mistas. De 10 recomendações, sete são de compra, duas de venda e uma para manter o papel. Avaliando a mediana dos preços-alvo, os analistas esperam uma valorização de 23,21% até o fim de 2022.

Recomendações Refinitiv para a SLC Agrícola
Fonte: TradeMap

Em relação à valorização dos papéis, o diretor de Suprimentos e Produção de Sementes da SLC atribui o fato aos resultados operacionais recentes da companhia. “Na medida que você entrega mais Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) e lucro líquido, isso se traduz em dividendos e atrai os acionistas”.

A SLC Agrícola apresentou um lucro líquido de R$ 797,1 milhões no primeiro trimestre de 2022, alta de 111,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Já o Ebitda ajustado foi de R$ 1,3 bilhão no período, um crescimento de 362,1% na mesma base de comparação.

Sobre os proventos, tão visto pelos investidores, a empresa pagou R$ 504,4 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) em 2021, o equivalente a 50% do lucro líquido do ano. Por ação, o valor chegou a R$ 2,43.

Outro ponto que, na visão de Lunardi tem atraído os investidores, é o investimento constante em tecnologia. No primeiro trimestre deste ano, dos R$ 151,3 milhões em investimentos, 68%, ou R$ 103,4 milhões, foram para compra de máquinas, implementos e equipamentos, de acordo com o balanço financeiro e operacional do período.

No quesito investimento, a agricultura digital parece ser o foco da empresa, já que possibilita o aumento da produtividade. “Quanto mais formos digitais e sustentáveis, mais forte fica a SLC Agrícola e toda sua gestão”, finaliza Lunardi.

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