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Setor de bancos cai em bloco após Santander (SANB11) apresentar resultados mistos; veja as maiores quedas

Aumento da inadimplência da instituição pode ter acendido um alerta para os balanços dos próximos bancos

Foto: Shutterstock

O Santander (SANB11) foi a primeira instituição financeira que faz parte do Ibovespa a divulgar o balanço dos primeiros três meses de 2022. O lucro teve forte crescimento no período em relação ao início de 2021, mas a inadimplência continuou aumentando.

A inadimplência, inclusive, é um assunto temerário para os analistas, diante de um ambiente de juros altos e inflação, podendo afetar os pagamentos das pessoas, o que impactaria nos volumes de créditos dos bancos.

Esses resultados mistos divulgados nesta terça-feira (26) parecem ter mexido com o mercado. Por volta de 11h40 (de Brasília), o setor bancário caía em bloco no Ibovespa, ajudando a pressionar o índice, que recuava mais de 1%. Veja as maiores quedas:

Empresa Ticker Queda às 11:40
Bradesco BBDC4 -3,61%
Itaú Unibanco ITUB4 -2,26%
Santander SANB11 -3,57%
Itaú S.A. ITSA4 -3,14%
Banco do Brasil BBAS3 -1,64%
Banco Inter BIDI11 -5,32%
BTG Pactual BPAC11 -3,68%

Enquanto o lucro líquido gerencial do Santander atingiu R$ 4 bilhões no período, um leve aumento de 1,3% na comparação com igual período em 2021, o índice de inadimplência para períodos de mais de 60 dias aumentou 0,92 ponto percentual (p.p.) na comparação entre o primeiro trimestre do ano passado e o deste ano, passando de 2,8% para 3,7%.

Já a inadimplência superior a 90 dias aumentou 0,77 p.p. no mesmo comparativo, chegando a 2,9% no final de março. O resultado pode ter acendido um alerta no mercado, indicando que os bancos podem sofrer com esse mal.

O lucro do Santander veio 3% acima das projeções do Goldman Sachs, e o banco atribuiu isso por uma alíquota efetiva de impostos, que compensou um aumento no custo de risco. “Também notamos uma desaceleração na originação de crédito, pois os volumes cresceram apenas 6% na comparação anual, e esperamos uma reação negativa das ações”.

Já o UBS-BB estimava que o lucro viesse da forma que veio, mas destacou em relatório publicado após o balanço do banco que as tendências operacionais do Santander decepcionou devido à uma contração nos empréstimos, um aumento adicional no índice de inadimplência e no custo do risco, além de uma fraca receita de taxas de serviço.

“A margem com clientes foi boa, mas com resultados comerciais muito fracos. Acreditamos que os resultados do banco devem causar um impacto negativo no preço das ações do Santander Brasil no curto prazo”, destacou o UBS-BB.

Próximos passos do Santander

Tanto o Goldman Sachs quanto o UBS-BB possuem recomendações neutras para os investidores acerca dos papéis do Santander.

Enquanto o Goldman possui um preço-alvo de R$ 36 para a instuição ao final de 2022, o UBS-BB vislumbra um upside um pouco maior, para chegar aos R$ 38. Às 11h40, as ações do Santander eram avaliadas por R$ 32,40.

O UBS-BB se mantém neutro por acreditar que “a maior rentabilidade do banco é temporária, o que não deve justificar um prêmio para seus pares”. O Goldman, por sua vez, vê alguns riscos relacionados a uma maior expansão de empréstimos para automóveis, o que deterioraria a qualidade dos ativos e um menor espaço para ganhos de eficiência em ambiente de inflação mais elevada.

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