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Sem um dia de paz: entenda por que as criptos caem tanto aos finais de semana

Mercado tira o sossego dos investidores até aos sábados e domingos com variações bruscas; Bitcoin recupera e volta para a faixa de US$ 20 mil

Foto: Shutterstock

Os fins de semana não têm sido de lazer e descanso para os investidores de criptomoedas. Pelo contrário, é justamente aos sábados e domingos que o mercado tem inspirado mais tensão e registrado quedas mais acentuadas.

E neste fim de semana não foi diferente. Depois de se segurar na faixa dos US$ 20 mil durante toda a sexta-feira (17), o Bitcoin (BTC) mergulhou no sábado (18) e chegou a bater US$ 17.760 – o menor preço desde o final de 2020 -, conforme dados da CoinGecko.

O fato de a criptomoeda ter caído para menos de US$ 20 mil também é importante, porque este nível de preço foi o teto do ciclo de alta observado no Bitcoin em 2017, e especialistas esperavam que ele servisse como piso para a cotação.

A principal criptomoeda do mercado se recuperou ao longo do domingo (19), e nesta segunda-feira (20) voltou ao patamar observado no fim da semana passada. Por volta das 13h50, o BTC tinha alta de 4,5% em 24 horas, negociado a US$ 20.474.

A queda no fim de semana é reflexo do ritmo de negociação das criptos. Diferente de outros mercados, como ações, câmbio e commodities, a compra e venda de ativos criptografados ocorre por 24 horas, todos os dias da semana.

Porém, aos finais de semana, há diminuição no volume de negociações e as criptomoedas ficam menos líquidas – ou seja, mais difíceis de comprar ou vender, justamente porque há menos pessoas dispostas a fazer transações.

Quando isso acontece, movimentos muito fortes no preço, sejam eles para cima ou para baixo, encontram pouca resistência, o que faz com que a cotação sofra saltos ou quedas em questão de horas.

“O mercado fica sem força para corrigir essas quedas mais bruscas. Há um movimento de venda e não tem compradores enviando capital para aproveitar”, explica Pedro De Luca, head de criptoativos na Levante Ideias de Investimentos.

O gatilho de vendas que deflagrou a queda no último sábado não é consenso entre analistas. De Luca cita o despejo maciço de BTC pela canadense Porpouse, uma gestora de ETF em cripto, como um dos motivos.

Segundo informações do site CoinGape, a entidade comercializou mais de 24 mil BTCs na sexta, ou 50% de todo o seu portfólio, o que pode ter refletido na cotação do dia seguinte.

Para Lucas Passarini, trader do Mercado Bitcoin, a baixa liquidez registrada aos finais de semana abre margem para que grupos façam uma espécie de manipulação do mercado.

“É muito mais fácil fazer o preço se mover para cima ou para baixo. A cripto já estava em queda, e não descarto que esse movimento tenha sido feito para causar dor no mercado”, afirma.

Histórico problemático

A queda registrada nesse fim de semana se soma a exemplos recorrentes nos últimos meses. Nas primeiras horas de 13 de junho, segunda-feira passada, o mercado caiu de forma vertiginosa após a Celsius, plataforma que faz empréstimos com base em criptos, anunciar a suspensão de todas as atividades.

Em 10 de junho, o BTC era cotado por volta de US$ 29 mil, e abriu a semana seguinte na casa de US$ 25 mil (-13%), chegando a tocar a faixa de US$ 21 mil (-27,5%).

Em nota, a Celsius afirmou que a decisão foi tomada devido às adversidades do mercado. O problema ainda não foi resolvido e os clientes continuam impossibilitados de fazer saques ou quaisquer outras operações pela plataforma.

“Planejamos continuar trabalhando com reguladores e funcionários em relação a essa pausa e a determinação de nossa empresa em encontrar uma solução”, escreveu a empresa em uma nota divulga nesta segunda.

Também foi em um final de semana, mas no mês de maio, que o sistema de blockchain da Luna Foundation veio a pique, levando junto todo o mercado de criptoativos para um terreno que desde então não saiu mais.

Foi em um sábado, dia 7, que a stablecoin TerraUSD (UST) deu os primeiros sinais de queda na paridade com o dólar. O que se viu nos dias seguintes foi um verdadeiro massacre no mercado com a contaminação da altcoin Terra (LUNA), e, em sequência dos ativos criptos em geral.

Na sexta-feira anterior, dia 6, o Bitcoin era vendido na faixa de US$ 36 mil. Na segunda-feira seguinte, dia 9, a cotação já havia tocado os US$ 30 mil (-16,6%) e seguiu em trajetória de queda até o atual patamar.

Deve recuperar, mas não tanto

Especialistas apontam que o Bitcoin terá dificuldade para se recuperar no curto prazo, principalmente porque o movimento maior do mercado financeiro no momento é a busca por ativos seguros e venda de ativos considerados arriscados – um reflexo da expectativa crescente de recessão nos Estados Unidos e em outras economias avançadas.

Ao mesmo tempo, o BTC está historicamente baixo, o que ajuda a evitar quedas de preço mais profundas nos próximos dias, afirma Passarini, do Mercado Bitcoin, citando o aumento das negociações nas bolsas de cripto.

“O Bitcoin caiu muito em pouco tempo, e isso torna maiores as chances de recuperação”, afirma. “Pode até buscar a faixa de US$ 26 mil e US$ 27 mil, dado o volume de negociações”.

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