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Saiba em quais ações os investidores gringos estão de olho no Brasil, segundo o Itaú BBA

Relatório do Itaú BBA mostra preferência por papéis do setor financeiro e de varejo

Foto: Shutterstock

Os investidores americanos estão otimistas com o desempenho das ações do setor financeiro brasileiro em meio à expectativa de o país sair na frente no corte dos juros a partir do próximo ano. Na ponta oposta, as empresas de commodities inspiram cautela, principalmente após as recentes intervenções do governo para reduzir o preço dos combustíveis e pelos impactos da desaceleração da economia chinesa.

Estes foram alguns dos pontos ouvidos por analistas do Itaú BBA em conversa com representantes de 25 instituições financeiras americanas na semana passada. No centro das discussões estavam as perspectivas para a economia brasileira e os principais desafios e oportunidades no mercado financeiro doméstico nos próximos meses.

Os fundos globais e direcionados aos mercados emergentes enxergam com bons olhos o futuro das companhias do setor financeiro doméstico. Destaque para as ações da B3 (B3SA3), XP (XPBR31) e BTG (BPAC11), consideradas as que mais devem se beneficiar com a redução da Selic pelo Banco Central (BC), estimado para meados de 2023.

Conforme a opinião dos investidores, estas companhias tendem a sair na frente através do aumento dos ganhos ou a expansão dos múltiplos. Já o PagSeguro (PAGS34) é encarado como uma “aposta de alto risco”.

Em paralelo, as ações dos bancões inspiram mais cautela, principalmente pelo aumento da inadimplência no setor. A recomendação do Itaú BBA é buscar investir em outras instituições financeiras. Mas caso a ideia seja estar neste segmento, o mais recomendado é o Banco do Brasil (BBSA3).

As empresas de consumo e varejo também devem ser impulsionadas pela redução das taxas de juros, além dos incentivos do governo, como o Auxílio Brasil. No setor de supermercados, a preferência foi pelos papéis do Assaí (ASAI3), apesar de alguns investidores também tenham mostrado interesse no Grupo Mateus (GMAT3).

Em outras áreas, Reener (LREN3) e Arezzo (ARZZ3) foram as mais bem avaliados, enquanto parte dos investidores também comentaram sobre RaiaDrogasil (RADL3) e Grupo Soma (SOMA3).

No setor de e-commerce, o Mercado Livre (MELI34) segue como a preferida dos gringos. Na ponta oposta, Magazine Luiza (MGLU3), Via Varejo (VIIA3) e Americanas (AMER3) estão com viés “muito negativo”.

Os setores de serviços e shoppings também estão com viés positivo na avaliação dos investidores gringos. No primeiro grupo, os nomes mais citados foram Equatorial Energia (EQTL3), Eletrobras (ELET6), Energisa (ENGI11) e Sabesp (SBSP3).

O bom humor com as empresas de energia é justificado pela boa expectativa para os preços e o processo de renovação de concessões das distribuidoras. Já a Sabesp foi bem avaliada pela chance de privatização da companhia. Nesta seara, alguns investidores citaram Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3), apesar de os analistas do Itaú BBA manterem posição cética para essas privatizações.

Nos shoppings, Multiplan (MULT3), Iguatemi (IGTI3) e brMalls (BRML3) foram citados pelos investidores, sendo o último o que tem a maior preferência do Itaú BBA.

Commodities em baixa

As empresas de commodities, que formam o setor que possui o maior peso na Bolsa de Valores brasileira, não foram bem avaliadas pelos investidores americanos.

Segundo os analistas, houve um grande interesse em Petrobras (PETR4), mas as discussões foram mais focadas nas políticas e leis do governo do que no recente aumento dos preços do barril do petróleo. O viés para o futuro das ações da estatal ficaram divididos entre os investidores.

Entre as siderúrgicas e metalúrgicas, apenas a Gerdau (GGBR4) foi vista como positiva pelos analistas, em linha com a opinião do Itaú BBA de que a empresa é a melhor do seu segmento. Para a Vale (VALE3), a empresa com maior peso no Ibovespa, a expectativa é de baixa, principalmente pela desaceleração da China.

Também houve alguns questionamentos sobre a Suzano (SUZB3), mas a visão majoritária era de cautela por uma possível correção no preço da celulose. Nenhum frigorífico brasileiro foi mencionado pelos gringos, apesar da avaliação do Itaú BBA de que as ações estão muito baratas.

Outros setores

A Cyrela (CYRE3) foi a única companhia de construção civil citada pelos investidores. Segundo o Itaú BBA, houve muita decepção com o desempenho da MRV (MRVE3), principalmente pelos dados operacionais ruins e baixa perspectiva para o setor imobiliário nos Estados Unidos.

Já a Hapvida (HAPV3) foi a única menção no segmento de saúde. Segundo o Itaú BBA, muitos investidores americanos também se mostraram favoráveis aos papéis da Localiza (RENT3), “dada a qualidade da empresa e sua liquidez”. A catarinense WEG (WEGE3) foi citada como positiva pela qualidade da empresa e pelo forte crescimento esperado para os próximos anos.

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