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Renner (LREN3): BB Investimentos corta preço-alvo, mas ainda recomenda compra dos papéis – entenda

Frio atípico e redução do fluxo de clientes prejudicaram a varejista no fim do ano passado

Foto: Shutterstock/Alf Ribeiro

O desempenho abaixo do esperado da Lojas Renner (LREN3) no último trimestre de 2022 levou a BB Investimentos a rebaixar o preço-alvo da ação, apesar de ainda manter a recomendação de compra para os papéis, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (27).

O banco reduziu o valor esperado para o fim deste ano de R$ 31,60 para R$ 26, um potencial de valorização de 36,7% ante o fechamento do último pregão (R$ 19,01). 

As ações da varejista estão entre as maiores altas do Ibovespa nesta sessão. Por volta das 15h20, o papel da Renner registrava valorização de 1,84%. O desempenho contribui para o clima positivo na Bolsa brasileira, que na mesma hora subia 0,08%. 

Conforme a analista Georgia Jorge, da BB Investimentos, o desempenho do último trimestre de 2022 foi prejudicado por um frio atípico para a época do ano e pela redução do fluxo de clientes nos dias de eleições e jogos da Copa do Mundo.

A empresa sofreu o que se chama de “tempestade perfeita” no quarto trimestre, ao ver um cenário econômico já desfavorável ao consumo ser agravado por acontecimentos atípicos no período, o que levou a empresa a ter uma queda nas vendas e a registrar um lucro líquido que ficou abaixo da expectativa de analistas.

Nos últimos três meses do ano passado, a companhia teve lucro líquido de R$ 481,8 milhões, alta de 15,9% em comparação a igual intervalo do ano anterior.

Apesar do avanço, o número ficou abaixo de todas as projeções levantadas pela Agência TradeMap (de Goldman Sachs, Santander, Itaú BBA, BTG Pactual e Genial Investimentos), em que a estimativa mais otimista era a do Itaú BBA, que previa lucro de R$ 541 milhões, e a mais pessimista era a do BTG Pactual, no valor de R$ 491 milhões.

No quarto trimestre, a receita líquida operacional da Renner ficou praticamente estável em relação ao mesmo período de 2021, com uma ligeira queda de 0,2%, para R$ 3,5 bilhões.

Mas a retração foi maior, de 2,5%, no conceito “mesmas lojas”, que considera apenas as lojas que já existiam no quarto trimestre do ano anterior, para retirar o efeito de unidades que foram inauguradas depois disso.

O resultado, além disso, representa uma piora no ritmo de vendas. No quarto trimestre de 2021, as vendas em “mesmas lojas” haviam tido aumento de 18,9% ante o último trimestre de 2020.

Olhando para o cenário macroeconômico, o banco também ressaltou os impactos do aumento da inflação e dos juros na capacidade de compra das famílias brasileiras.

Apesar deste quadro desafiador, o BB Investimentos ressalta que a Renner possui capacidade para se recuperar ao longo de 2023 devido ao ritmo positivo de expansão das lojas físicas e aumento da estrutura digital, o oferecimento de produtos financeiros e novas estratégias para aumentar a jornada do cliente. 

Segundo a analista, a recuperação da marca é factível, “dado o bom histórico de execução da companhia e diferenciação frente a concorrência diante dos percalços vividos pelo setor desde o início da pandemia do Covid-19”. 

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