Rede D’Or (RDOR3) recebe sinal verde do Cade para comprar SulAmérica (SULA11)

Operação poderá seguir sem restrições e não há risco concorrencial, diz Cade

Foto: Shutterstock/janews

A Rede D’Or poderá prosseguir com a compra da SulAmérica. A decisão foi divulgada na segunda-feira (7) à noite pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade).

Em comunicado, o órgão disse que embora os negócios das duas empresas se sobreponham em algumas regiões – o que em tese diminui a concorrência e pode prejudicar o consumidor -, estas sobreposições “não geram preocupações concorrenciais”.

Na avaliação do Cade, “com a aprovação da operação, cria-se um novo grupo de saúde verticalizado que pode gerar grandes benefícios ao consumidor de saúde complementar”.

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O Cade analisou se a combinação das companhias poderia diminuir a concorrência em planos de saúde, de previdência, hospitais e clínicas e vacinas e tratamentos.

O órgão concluiu que embora a Rede D’or detenha participação superior a 30% em vários mercados pesquisados, a participação da SulAmérica no mercado de planos de saúde não atingia esse patamar e há outras operadoras de planos de saúde concorrentes nas regiões analisadas.

Além disso, o Cade concluiu que, mesmo sem haver indícios de que Rede D’Or e SulAmérica teriam capacidade para dominar os mercados analisados, também não teriam incentivos econômicos para isso – o que derrubou uma das teses contrárias à operação, apresentada por hospitais e administradoras de planos que se opuseram ao acordo entre as duas empresas.

Rede D’Or e Qualicorp

O Cade também avaliou um outro receio do mercado, referente à participação de 28,9% da Rede D’Or na Qualicorp (QUAL3) e à possibilidade de queda na concorrência por meio da troca de informações entre as empresas a respeito de companhias rivais.

Nenhum dos dois pontos, porém, foi visto como um risco à competitividade ou ameaça aos consumidores.

“Após análise, entendeu-se que as informações que poderiam ser compartilhadas são cada vez menos desagregadas, em função da tendência de migração para modelos de remuneração baseados em valores (bundled services e capitation), em detrimento do modelo de remuneração baseado em serviço (fee for service), que exige um fluxo de informações de preço mais detalhado”, disse o Cade em comunicado.

O órgão também apontou que grande parte das informações sobre o mercado tem caráter público: seja via publicação da Agência Nacional de Saúde (ANS), a respeito de estatísticas de despesas médias por procedimento ou de tabelas utilizadas como referência na discussão desses valores (SIMPRO e Brasíndice).

Além disso, disse o Cade, deter a informação sobre preços de procedimentos praticados pela SulAmérica não guarda correlação absoluta com o volume de atendimentos realizados junto a essa operadora de plano de saúde. “O fato de pertencer à rede credenciada da SulAmérica já ‘habilita’ concorrentes, inclusive verticalizados, a conhecerem as condições comerciais praticadas”, acrescentou.

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