Reação ao Copom, Santander e juros na Europa – veja o que importa hoje

Os investidores reagem nesta quinta-feira (2) ao comunicado duro do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de ontem, com as bolsas gringas otimistas como pano de fundo antes de decisões de juros na Europa.

Repercutem ainda o resultado decepcionante do Santander no quarto trimestre, divulgado há pouco, que mostrou o lucro do banco despencando 45,9% no período, bem pior do que o esperado por analistas.

Ontem, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 13,75% ao ano, como era esperado. Mas o comunicado da decisão, a primeira do ano, indicou que a Selic deve permanecer nesse patamar por bastante tempo, provavelmente até 2024, enquanto as expectativas de inflação não recuarem.

Atualmente, os analistas do Boletim Focus já esperam uma alta do IPCA de 5,74% em 2023 (acima do teto da meta, de 4,75%) e de 3,90% em 2024 (acima do centro da meta, de 3% para o ano que vem). As expectativas saltaram após as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à meta de inflação, o que levou a especulações de que o objetivo para a alta de preços pode ser alterado.

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“A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal e com expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária”, respondeu o comitê no comunicado de ontem. “O comitê avalia que tal conjuntura eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).”

A expectativa de analistas é que pode haver correções no mercado de juros nesta quinta, já que parte do mercado está esperando cortes na Selic ainda em 2023.

Bolsas gringas em alta

Enquanto isso, as bolsas lá fora reagiram bem à entrevista do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, após a decisão do Fomc de subir a taxa americana em 0,25 ponto. Powell citou a alta de preços em desaceleração e a chance de a economias dos EUA não entrar em recessão neste ano, reforçando um cenário de “pouso suave”.

Ou seja, seria possível uma perda de ritmo gradual da atividade, sem necessidade de manter os juros americanos elevados por muito tempo.

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Na manhã de hoje, os investidores acompanham logo mais as decisões de dois bancos centrais para juros: às 9h, o Banco da Inglaterra informa a nova taxa do Reino Unido, e às 10h15 o Banco Central Europeu informa os juros da zona do Euro.

Por volta das 8h15, os índices futuros americanos operavam mistos: o Dow Jones caía 0,14%, o S&P 500 avançava 0,44% e o Nasdaq ganhava 1,25%. O índice europeu EuroStoxx 50 subia 1,15%.